A Polícia Federal solicitou ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o encerramento de uma investigação sobre supostas irregularidades nos gastos do senador Flávio Arns (PSB), apoiador do petista Lula, com serviços postais. O pedido foi formalizado em um relatório apresentado ao ministro na segunda-feira (5/8). O caso segue em segredo de Justiça no Supremo.
Em maio, a própria Polícia Federal havia solicitado a abertura de um inquérito contra Arns, baseada em uma denúncia protocolada em seu sistema eletrônico. O documento indicava que os gastos do senador com correios, referentes à cota de correspondência parlamentar, eram “extremamente elevados” e “não condizentes com a realidade”.
Após diligências, a Polícia Federal concluiu, em um relatório enviado a Luiz Fux, que não havia evidências suficientes para confirmar qualquer comportamento delitivo por parte do senador. Na terça-feira (6/8), Fux concedeu um prazo de 15 dias para que a PGR se manifeste sobre as conclusões da Polícia Federal.
Enquanto isso, essa mesma Polícia Federal continua com o absurdo inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro que investiga a suposta venda de joias recebidas por autoridades estrangeiras.
Porém, a defesa Bolsonaro já tem uma “carta na manga”. Segundo informação, em um pedido à PGR, os advogados argumentaram que o ex-presidente “não tinha como saber” que os presentes não eram seus, mas, sim, da União, como determinou o TCU (Tribunal de Contas da União) em 2016. Ainda, que, ao tomar conhecimento, Bolsonaro “diligenciou junto aos órgãos competentes para garantir a segura entrega do material em questão em cumprimento à determinação”.
A defesa usou como exemplo a incorporação ao patrimônio pessoal de itens recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos primeiros 2 mandatos, de 2003 a 2010, e pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de 2011 a 2016.
O documento citou, por exemplo, o relógio de pulso da marca de luxo Piaget de Lula que, segundo o petista, foi dado pelo ex-presidente francês Jacques Chirac durante as celebrações do Ano do Brasil na França, em 2005.