Moradores do Rio de Janeiro viveram momentos de tensão após um caminhão de bebidas pegar fogo dentro de um dos túneis da Linha Amarela, nesta quarta-feira (8/8). O incêndio deixou 89 pessoas feridas. Uma delas está em estado grave. Ao jornal o Globo, Ana Karollyna Campos, 19 anos, lembrou os 10 minutos mais longos da sua vida em meio à fumaça.
A auxiliar administrativa estava dormindo dentro de um ônibus no início do incêndio. “Ouvimos um barulho de explosão, pensamos que pudesse ser um tiro e pensamos em arrastão. Até aí, ninguém pensava em sair do ônibus. Quando descobrimos o que estava acontecendo foi que decidimos saltar, até porque estávamos muito perto do caminhão. A gente não sabia se ele poderia explodir”, contou Ana.
Desesperada para sair rápido do local, a mulher tentou correr para chegar na saída, mas ouviu um grito: “Se a gente correr não vai conseguir respirar, moça!”.
Após o alerta, a jovem começou a andar. Ainda perdida em meio a fumaça, Ana viu uma mulher e elas se juntaram para conseguir chegar na saída juntas. “Eu estava com muito medo. Muito. Me sentindo sozinha”, disse Ana Karollyna.
Ana ficou cerca de dez minutos em meio a fumaça. Durante o trajeto ela viu diversas pessoas cambaleando, trombando nos carros parados e nas paredes.
“Eu estava em desespero naquela escuridão. Realmente parecia que estava de noite”.
A caminhada mais longa da vida de Ana acabou quando ouviu gritos de pessoas sinalizando a saída. “Ali eu vi que tinha nascido de novo”.
A auxiliar administrativa conseguiu uma carona para o hospital, onde ficou no oxigênio, foi medicada e recebeu alta no início da tarde.
Incêndio
O caso ocorreu no Túnel da Covanca, no início da manhã. As vítimas foram encaminhadas para hospitais, e a via chegou a ficar interditada nos dois sentidos, conforme o Centro de Operações Rio (COR). O tráfego foi liberado por volta das 11h.
Pelas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes informou que 38 pessoas ficaram feridas e foram levadas para os seguintes hospitais: Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca; Salgado Filho, no Méier; Miguel Couto, na Gávea; e Alberto Schweitzer, em Realengo.