Exame de DNA levou à descoberta de quase 100 estupradores em série

O Instituto de Pesquisa e DNA Forense (IPDNA) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou 92 estupradores em série. O último criminoso descoberto e preso foi João Batista Aquino Pereira, de 37 anos.

Segundo o diretor IPDNA, Samuel Ferreira, os 92 estupradores em série violentaram 262 vítimas. O registro do boletim de ocorrência e o exame de corpo delito são fundamentais para o êxito das investigações forenses.

“É importante que a vítima faça o o boletim de ocorrência e seja realizado o exame de corpo. Porque é naquele momento que existe a possibilidade de coletar vestígios. E é a partir desses vestígios deixados pelo agressor no corpo da vítima que são realizados de DNA para se comparar com os suspeitos”, disse Samuel Ferreira.

De acordo com o diretor IPDNA, os estudos apontam que, quando um indivíduo é acusado de cometer pelo menos dois estupros, ele é classificado como um estuprador em série.

O banco de perfil genético da PCDF está integrado nacionalmente com de os de outros estados e o da Polícia Federal. Dessa forma, é possível identificar autores de crimes seriais em diversas cidades.

“Nos últimos cinco anos, nós tivemos mais de dez casos no DF em que o autor praticou crimes no DF, São Paulo Minas Gerais e Goiás. Por meio da tecnologia foi possível identificar não só os crimes cometidos em Brasília, mas também em outros estados.”

Acusado

O último estuprador em série identificado no DF foi João Batista Aquino Pereira, preso em 10 de setembro deste ano. A investigação descobriu que ele foi autor de dois estupros com roubo de residência.

Segundo os investigadores, João Batista é usuário de drogas e álcool e vive em situação de rua. O modus operandi dele é escalar as residências das vítimas para atacá-las.

A PCDF não descarta a possibilidade de o criminoso ter feito mais vítimas. Por isso, divulgou o nome e a foto dele (foto acima). Denúncias podem ser pelo telefone 197 ou em qualquer delegacia.

Trabalho integrado

A prisão é fruto do trabalho integrado da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 1 (Deam 1) e do IPDNA.

Segundo a delegada-chefe da Deam 1, Adriana Romana, as provas contra o acusado são robustas. “Ele não apresenta nenhum tipo de remorso ou consideração a esses fatos. Ele, simplesmente, disse que não se lembra, mas, se aconteceu, aconteceu e ele vai responder”, contou.

O primeiro crime ocorreu em um apartamento em Ceilândia, em 2014, quando uma mulher de 35 anos foi estuprada. O segundo, em 2019, em uma casa no Cruzeiro. A vítima foi uma adolescente de 17 anos.

Nos dois locais dos crimes, João Batista escalou e invadiu as residências, abordou as vítimas durante a madrugada, praticou os estupros e, em seguida, subtraiu aparelhos celulares e fugiu.

Corpo de delito

Durante os exames de corpo de delito das duas vítimas de estupro e roubo, foram detectados vestígios de esperma.

O IPDNA processou os vestígios nos dois casos e inseriu o perfil genético no banco de dados de DNA. Segundo a PCDF, foi constatado que os vestígios pertenciam a um mesmo indivíduo.

A PCDF não conseguiu identificar o suspeito, pois ele não tinha documentos. Mas, em 2022, João Batista solicitou uma carteira de identidade e certidão de nascimento para ter acesso a benefícios sociais.

O suspeito deixou o DF, chegando a viver em Tocantins, com passagens por roubo e furto. Em 2024, a PCDF recebeu a informação de que ele voltou para a capital federal e o prenderam.

A Deam 1 encaminhou o suspeito ao IPDNA para coleta de amostra biológica e comparação do respectivo perfil genético com os perfis genéticos dos crimes, o que possibilitou a identificação do autor dos crimes.

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