Estadão publicou artigo de Barroso, em que ele se defende do que chama de “críticas injustas” do jornal à Corte que o ministro preside. O fato de um ministro dar um pito público em um jornal é um bom exemplo dos tempos em que vivemos.
Depois de reclamar das críticas em “tom raivoso”, que contribuiriam para um “ambiente de ódio”, o ministro cita a líder revolucionária comunista Rosa Luxemburgo para afirmar que respeita a liberdade de expressão de “quem pensa diferente”.
Na sequência, apresenta uma série de decisões do Supremo que o ministro considera positivas para a sociedade, em especial para pobres, negros, mulheres, gays e indígenas.
O ministro já deixou claro, em outras ocasiões, que não vê problema algum na atuação política do tribunal, nem em sua função de “empurrar a história na direção certa”, tampouco deixa de esconder sua visão socialista de mundo.
“O Poder Judiciário no Brasil, após a Constituição Federal de 1988, viveu e vive ainda um vertiginoso processo de ascensão institucional. Deixou de ser já há um tempo um departamento técnico especializado. Passou a ser um poder político na vida brasileira. Houve mudança na natureza, no papel, na visibilidade, nas expectativas que existem em relação do Poder Judiciário”, disse o ministro, ainda em 2023.
Não há, no texto, qualquer menção sobre o inquérito das “Fake News” — que completará seis anos — nem à onda de censura e perseguição política sem paralelos desde a chamada redemocratização.
Afinal, “derrotar o bolsonarismo” é necessário. Em nome da direção certa da história, claro.
Leandro Ruschel