Um dos momentos mais marcantes ocorridos nesta terça-feira (11) em Brasília, nas diligências efetuadas pelo advogado Pedro Vaca Villarreal, relator para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), foi certamente o encontro com a filha de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, um dos presos do 8/1.
Ele recebeu parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ter liberdade provisória, porém, enquanto aguardava a apreciação do parecer pelo ministro Alexandre de Moraes, foi vítima de um mal súbito, na Papuda, e acabou falecendo.
Na realidade, o ministro ignorou o parecer da PGR, que considerou o estado de saúde de Clezão, que sofria com comorbidades. Além disso, diversos alertas médicos sobre o risco de o preso sofrer um mal súbito foram também ignorados por Moraes, que negou liberdade provisória a Clezão por três vezes.
Ele morreu depois de 311 dias como um preso provisório ao qual foi negado, por 3 vezes, o reexame da sua absurda prisão preventiva.
A filha de Clezão disse para o representante da OEA:
“Meu pai foi morto, preso injustamente e torturado. Meu pai não é criminoso. Meu pai era um homem íntegro, bondoso, exemplo de brasileiro. Minha família não merece isso. Estamos torturados até hoje.(…)”.
Veja o vídeo: