Um projeto voltado à valorização das línguas indígenas brasileiras colocou Rondônia em evidência na 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), realizada de 25 a 28 de março na Universidade de São Paulo (USP). O estudante ItxaLee OyGoyan Cinta-Larga, representante da etnia Cinta Larga, foi premiado com três reconhecimentos nacionais por seu trabalho “Primeiro dicionário em tupi-mondé – português: uma forma de preservação étnico-cultural da minha língua materna e da minha aldeia”.
Orientado por Ygor Requenha Romano e coorientado por Diva Antunes Requenha Romano, o estudante representa as escolas: E.E.E.B. Prof. João Bento da Costa, de Porto Velho, e a E.E.E.F.M. Cândido Portinari, de Rolim de Moura. O projeto foi contemplado com o Destaque da Unidade da Federação – Rondônia, além de receber credenciais para duas feiras científicas nacionais: a Feira Brasileira de Iniciação Científica (FEBIC), com isenção de taxas, e a FETECMS, com isenção de taxas, hospedagem e alimentação.
O trabalho propõe a criação e divulgação online do primeiro dicionário bilíngue tupi-mondé – português, com o objetivo de preservar e revitalizar essa língua indígena do tronco tupi, falada por quatro etnias de Rondônia: Paiter Suruí, Cinta Larga, Gavião e Zoró. Apesar da origem comum, cada povo apresenta variações significativas de pronúncia e vocabulário, oferecendo uma rica fonte de pesquisa linguística e cultural.
A pesquisa está sendo conduzida a partir da vivência do próprio autor, falante nativo da língua tupi-mondé, e inclui entrevistas com parentes e anciãos das aldeias Sete de Setembro, em Cacoal, e João Bravo, na reserva Roosevelt, em Espigão D’Oeste, além de análises de registros históricos. Trata-se de uma iniciativa pioneira e profundamente significativa para a valorização da diversidade linguística e a resistência cultural dos povos originários do Brasil.
A FEBRACE é a principal mostra científica voltada a estudantes do ensino básico e técnico no país. Em 2025, reuniu 300 projetos finalistas, envolvendo 671 estudantes e 462 professores de 269 escolas públicas e privadas de todas as regiões do Brasil. Os projetos foram avaliados por docentes da USP, universidades parceiras e profissionais da indústria, com base em critérios como criatividade, impacto social e rigor científico.
da Assessoria
