Eu estou bem cansada dessa palhaçada.
Olho esses personagens e penso: Falsários. Todos eles falsários.
Cinco figuras humanas imperfeitas, subjetivas, contaminadas ideológica e psiquicamente, sem a menor condição e credibilidade para conduzir o que quer que seja, mas com missão dada e a cumprir.
Quem, em sã consciência, ainda confia nesta instituição, quem ainda leva a sério e vê esses senhores e essa senhora como seres minimamente respeitáveis, em um país em que tudo desmorona, e nada mais tem o peso do cargo e a integridade da função que um dia estiveram investidos?
Vejo tudo como um enorme circo, como um degradado hospício, em que eles fingem que são juízes respeitáveis, impolutos, justos, e nós fingimos que não estamos nos remoendo por dentro diante da nossa impotência em levantar de nossas cadeiras, ir até a rua e gritar um “Basta”.
Há um provérbio bíblico que diz:
“Há duas coisas que o Senhor Deus detesta: que o inocente seja condenado e que o culpado seja declarado inocente.”
Pois é exatamente o que acontece no momento neste desgraçado país em que não se sabe exatamente como e por que, os piores tomaram as rédeas e espancam sem dó nem piedade aqueles que nada fizeram, a não ser tentar fazer desta esbórnia em que habitamos um lugar mais justo, menos corrupto, de progresso para todos.
Olho para a fuça de cada um e o que vejo?
Sombras humanas doentias aparelhadas pelo Sistema que ousam pensar que possuem moral suficiente para colocar em cadeias fétidas gente que crime algum praticou.
Gente que será condenada e presa pela ousadia de tentar fazer diferente.
Gente de qualidade julgada por desqualificados.
Como isso pode ser possível?
Que passividade é essa que nos faz assistir pela tela de uma televisão a injustiça ser exercida com mãos pesadas por aqueles por quem não daria um tostão furado?
Nada valem no mercado da vida humana, aquela que resulta de valores sólidos não corrompidos pelas vaidades e imperfeições humanas.
E o espetáculo continua em imagem contínua de horror.
Quem se conforma?
Quem pode assentir calmamente, ver toda a farsa acontecer diante dos seus olhos, com tudo isso aquiescer e depois se recolher ao leito como se uma tragédia de grandes proporções não tivesse sido operado diante dos nossos impassíveis olhos?
Quem dá conta de tudo isso sem desesperar?
Eu desespero.
Por Silvia Gabas*
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