Uma das primeiras decisões do prefeito Léo Moraes, após uma sessão tumultuada na câmara de vereadores no dia 7 de abril, foi a exoneração de 40 cargos comissionados. Essa medida impactou diretamente os vereadores Nilton Souza (PSDB) e Marcos Combate (AGIR). Dentre os 40 cargos exonerados, cinco eram comissionados do vereador Nilton Souza, enquanto 35 pertenciam ao vereador Marcos Combate.
As reações a esta decisão foram diversas, refletindo um panorama de opiniões polarizadas entre apoiadores e opositores. A exoneração de cargos políticos, um movimento frequentemente comum em períodos de crise ou transição governamental, no entanto, levanta questões sobre suas consequências a curto e longo prazo. Entretanto, o verdadeiro impacto dessa exoneração será analisado minuciosamente nas próximas semanas. O futuro dirá se essas medidas serão eficazes no cenário atual.
E, tudo começou por causa de um projeto de lei do vereador Nilton Souza, que apresentou a proposta de alteração da Lei nº 2.797 de 06 de abril de 2021, que visa modificar a competência do executivo municipal em relação à concessão de redução ou isenção de tarifas do transporte público coletivo urbano.
A decisão de Léo Moraes foi uma resposta à proposta de Nilton Souza que marcou a sessão na câmara. Para o prefeito, a proposta de Nilton Souza tem como objetivo proibir o caráter discricionário do poder executivo municipal de Porto Velho. Para o vereador Nilton, as decisões sobre tarifas de transporte público ficariam condicionadas à autorização legislativa, garantindo maior transparência e controle democrático sobre essas medidas tão importantes para a população. Este tipo de alteração pode trazer impactos significativos na forma como os serviços de transporte são gerenciados na cidade.
Para os vereadores, as exonerações são vistas como uma retaliação do executivo contra os vereadores que defendem a proposta.
É importante lembrar que o vereador Nilton Souza faz parte da base do prefeito Léo Moraes na câmara, ou pelo menos fazia. A proposta de lei pode ser vista tanto como uma oportunidade de maior fiscalização quanto como um desafio à autonomia do executivo municipal. Em um momento em que a mobilidade urbana é um tema central nas discussões públicas, esse tipo de proposta merece atenção e debate.
Por essa, ninguém…
…esperava que as coisas se complicassem tanto, nem mesmo o vereador Nilton Souza! Ao que tudo indica, se o vereador quiser mesmo mudar de posição, vai ter que ir para ‘outra freguesia’, porque na base do prefeito as coisas se complicaram. O que todos querem saber é se ele conseguirá navegar nessas águas turbulentas de forma tranquila. Resta aguardar para ver se será possível uma união entre o vereador e a sua base atual, ou se novos caminhos serão realmente necessários.
Duelo de Edis
O vereador Breno Mendes, do partido Avante e líder do prefeito na Câmara, enfrentou o vereador Nilton Souza em um embate acalorado. As críticas contundentes de Mendes em relação ao posicionamento de Souza foram o estopim para uma discussão que rapidamente evoluiu para um momento de tensão no plenário.
Em resposta à investida de Breno Mendes, o vereador Nilton Souza não hesitou em se defender. Utilizando de argumentos fortes, ele revidou as acusações e expressou sua visão sobre os assuntos em pauta, fazendo com que a situação se tornasse ainda mais inflamada. Os comentários de ambos os vereadores chamaram a atenção não apenas dos presentes, mas também de colegas vereadores, que observaram o desenrolar daquela discussão com preocupação.
Essa troca de farpas entre os vereadores criou um clima de inquietação no plenário. As faíscas que voaram durante o debate não apenas atingiram os dois envolvidos, mas também marcaram a postura de outros vereadores que, em meio à agitação, se viram em uma posição de incerteza diante das discussões.
Diante do conflito, o prefeito Léo Moraes tomou uma decisão surpreendente. Em resposta a suposta falta de lealdade, o prefeito lançou uma bomba de efeito moral, assegurando que atingisse diretamente o coração dos seus oponentes. Este ato não foi apenas um movimento estratégico, mas uma declaração poderosa de sua postura diante da situação.
O impacto dessa ação foi palpável e danificou severamente a estrutura do vereador Marcos Combate, que possuía 35 cargos comissionados na prefeitura. O efeito, não só reverberou entre as bases do líder como também provocou uma onda de reações dos adversários. Embora para ele, essa estratégia tenha sido eficaz em atingir o objetivo momentâneo, no entanto, é vital refletir sobre as consequências a longo prazo. Bombas, lançadas, sejam elas físicas ou metafóricas, não costumam gerar paz. O líder deve estar preparado para lidar com os efeitos colaterais de sua escolha. A história mostra que atos de agressão nem sempre resultam em ganhos sustentáveis, na busca de soluções pacificas.
Entretanto, no meio do entrevero, é compreensível o termo ‘animus sperniandi’, que ilustra bem a forma como muitos se sentem, buscando um entendimento sobre as decisões do prefeito.
Lembrando que o vereador Breno Mendes ganhou as eleições com o slogan de “fiscal do povo”, um apelo forte que prometia atenção e responsabilidade nas demandas dos cidadãos. No entanto, os eleitores têm notado uma desconexão entre as promessas de campanha e as ações do vereador. Essa situação levanta questionamentos sobre a verdadeira disposição de Breno em ser um representante efetivo da população.
Segundo informações, houve uma significativa alteração no projeto de lei 2.798, que agora está regido pela lei 2.898. Essa mudança traz novas diretrizes para o transporte público, especialmente no que tange ao subsídio e isenção tarifária.
A lei estabelece que o poder executivo possui a autoridade de subsidiar ou isentar tarifas de transporte público através de um decreto.
Recentemente, o prefeito Léo Moraes implementou um decreto que alterou a tarifa do transporte público. Anteriormente fixada em R$ 6,00, a nova tarifa foi ajustada para R$ 6,18.
Uma das novidades do decreto foi a criação de um subsídio para o transporte público. Com isso, a tarifa real para os usuários que se beneficiam deste subsídio caiu para apenas R$ 3,00, promovendo um meio de transporte mais acessível para todos.
A alteração na tarifa e a introdução do subsídio têm gerado discussões entre os moradores da cidade. Muitos apoiam a medida, acreditando que ajudará a aliviar os custos do transporte. Outros, no entanto, questionam a necessidade do aumento inicial e como isso se traduzirá em melhorias nos serviços públicos oferecidos. É crucial que a população esteja atenta às próximas ações do governo em relação ao transporte público.
De acordo com o vereador, essa mudança é essencial e se justifica por razões ligadas à transparência e aos princípios que fundamentam a administração pública. Segundo ele, uma série de fatores reforça a necessidade dessa mudança. O vereador enfatiza que a transparência nas ações governamentais é um pilar para fortalecer a confiança da população nas instituições. Além disso, o equilíbrio fiscal é imprescindível para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma responsável e planejada, assegurando que as contas públicas estejam sempre em dia.
O vereador Nilton destacou esses pontos em sua justificativa, enfatizando a necessidade de que a redução ou isenção tarifária passe pela autorização legislativa. Segundo Nilton, a exigência de um parecer legislativo para a aprovação de mudanças tarifárias fortalece as instituições democráticas. Sobretudo, com a participação da Câmara de Vereadores nesse processo, se torna essencial, pois proporciona um espaço para que diversos representantes da sociedade se façam ouvir, permitindo maior transparência nas razões que justificam eventuais subsídios tarifários.
O debate exige uma explicação sobre as razões pelas quais o vereador Marcos Combate possuía 35 comissionados, enquanto o vereador Nilton Souza possuía 5. Dentre os fatores que podem explicar essa disparidade, os leitores querem saber?

Por Edilson Neves*
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