A permanência de Carlos Lupi à frente do Ministério da Previdência tem se tornado cada vez mais insustentável, tanto no governo quanto dentro de seu próprio partido, o PDT. Fontes próximas ao Palácio do Planalto já tratam sua saída como inevitável, enquanto dirigentes do partido defendem abertamente seu retorno à presidência da sigla.
Nas últimas semanas, Lupi recebeu conselhos de figuras de destaque do PDT, que avaliam que o melhor caminho seria deixar o governo e reassumir o comando partidário. A leitura é de que, ao se afastar da Esplanada dos Ministérios, ele poderia concentrar esforços em manter o PDT como uma das principais legendas da base aliada, papel que tem sido questionado diante da atual crise.
No entanto, o próprio ministro expressou preocupação com os possíveis desdobramentos de sua saída, especialmente quanto à percepção pública. Lupi teme que sua renúncia ao cargo seja interpretada como um reconhecimento de responsabilidade diante das críticas recentes.
O impasse reflete a divisão interna no PDT. Uma ala do partido, mais moderada, defende a permanência do apoio ao governo Lula como estratégia política. Por outro lado, setores liderados por Ciro Gomes enxergam na atual conjuntura uma chance de se desvincular definitivamente do Planalto. Em 2022, Ciro foi candidato à Presidência, não apoiou Lula no segundo turno contra Jair Bolsonaro e protagonizou duras críticas ao petista durante a campanha.
Uma reunião entre Lula e Lupi deve ocorrer em breve e pode selar o destino do ministro. Nos bastidores, o clima é de despedida anunciada.
Fonte: jco


