O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, tornou-se réu na Justiça após a 7ª Vara Criminal de Brasília aceitar denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O jogador responderá por três crimes: manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado e tentativa de estelionato, ambos em coautoria.
As investigações apontam que o atleta teria forçado de forma deliberada um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. A conduta, segundo o MP, fazia parte de um esquema de fraude em apostas esportivas e pode render ao jogador até 17 anos de prisão, em caso de condenação.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável pela investigação, Bruno Henrique teria comunicado ao irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, sua intenção de ser advertido durante o jogo. A informação foi repassada a outros envolvidos, entre eles familiares e apostadores.
O Ministério Público afirma que o objetivo era beneficiar pessoas que apostaram previamente que o jogador receberia um cartão. A estratégia gerou um volume atípico de apostas nessa possibilidade, o que chamou a atenção das casas de apostas e da Polícia Federal. Em algumas plataformas, mais de 95% das apostas em advertências estavam concentradas exclusivamente em Bruno Henrique.
A denúncia também destaca que o jogador foi expulso após ofender o árbitro da partida, o que, segundo os promotores, reforça a suspeita de um comportamento proposital para favorecer o esquema.
A defesa do atleta nega todas as acusações. Em nota, os advogados afirmaram que a denúncia é infundada e foi apresentada em um momento estratégico, justamente quando o nome de Bruno Henrique passou a integrar a lista de inscritos do Flamengo para o Super Mundial de Clubes da FIFA.
Os defensores garantem que irão se manifestar tecnicamente nos autos e confiam na absolvição do jogador.
O Republicano
