A Câmara dos Deputados decidiu retirar da pauta, nesta quarta-feira (8), a Medida Provisória (MP) 1303, considerada uma das principais apostas do governo Lula para reforçar a arrecadação e atingir a meta fiscal de 2026. A decisão representa uma derrota significativa para o Planalto.
A retirada foi aprovada após um requerimento apresentado pela oposição, que recebeu 251 votos favoráveis e 193 contrários. Com isso, a MP perdeu a validade no mesmo dia, frustrando as expectativas de Fernando Haddad.
Para tentar viabilizar a aprovação, o relator da proposta, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), promoveu alterações significativas no texto original do Executivo, cedendo em pontos de interesse de bancadas ligadas ao setor produtivo, em especial ao agronegócio. Mesmo assim, aliados do governo reclamaram que o acordo firmado foi desrespeitado durante a votação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou diretamente das negociações e chegou a se reunir, na tarde desta quarta-feira, com Lula e líderes do Congresso Nacional na tentativa de reverter o cenário.
Fontes do governo afirmam que, caso a MP não fosse aprovada, o Palácio do Planalto poderia adotar medidas de contenção orçamentária, como o contingenciamento de até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares.
Além disso, Lindbergh Farias “surtou” e fez uma clara ameaça:
“Vamos para cima das Bets, vamos ver subsídios inadmissíveis do Agronegócio”, declarou o deputado.
