A razão é simples: trata-se de uma questão de erosão ainda maior da legitimidade da Corte.
Barroso, embora seja um dos ministros mais politizados do Supremo, ainda conseguia disfarçar o seu extremismo de esquerda sob um verniz acadêmico — o “véu professoral” e o tom aparentemente moderado.
Já Jorge Messias, o “Bessias”, é um soldado do PT, identificado publicamente como tal. Sua eventual nomeação deixaria ainda mais escancarado o aparelhamento do Supremo pelo petismo, algo que os próprios ministros parecem temer, por comprometer a já fragilizada imagem de independência da instituição.
O episódio também revela a divisão interna da Corte, que espelha o racha na coalizão de poder entre o Centrão e o PT.
Vale lembrar que Moraes não é petista — sua indicação foi combatida pelo próprio partido. Moraes é um quadro tucano, assim como Gilmar Mendes, nomeado por FHC.
O Centrão resgatou Lula como peça útil para manter o establishment político blindado, por meio da criminalização da oposição conservadora, com a Corte Constitucional atuando como instrumento de repressão sob o pretexto de “defesa da democracia”.
Mas como se pode defender a democracia instaurando censura e perseguição política?
Agora, o jogo mudou: o Centrão não quer a continuidade de Lula, que vem quebrando o país e alimentando o seu próprio projeto totalitário, baseado na consolidação do poder político e ideológico do PT sobre todas as instituições, mesmo com um apoio popular limitado.
Porém, evidentemente, o Centrão também não quer a volta de Bolsonaro ou de qualquer outro candidato antisistema que possa desafiar o arranjo de poder vigente.
A disputa pela nova vaga no Supremo — que parece se afunilar entre o soldado petista (Bessias) e o representante do Centrão (Pacheco) — será um termômetro decisivo para indicar os rumos da eleição de 2026, na qual o eleitor tende a ser apenas um coadjuvante do processo.
Por Leandro Ruschel


