A Esbanja responde a Zezé Di Camargo manipulando de forma acintosa o sentido de sua fala, ao tratar o termo “prostituindo” como se fosse um ataque misógino às filhas de Silvio Santos.
Trata-se de mais um exemplo da mentalidade totalitária hoje dominante: deslocar o foco do argumento, distorcer deliberadamente as palavras do crítico e, a partir disso, tentar criminalizar qualquer crítica política, travestindo censura de virtude moral.

É evidente — para qualquer pessoa intelectualmente honesta — que a “prostituição” a que Zezé se refere não tem absolutamente nada a ver com o sentido literal da palavra, muito menos com um ataque pessoal ou de gênero. Trata-se do uso figurativo e consagrado do termo, aplicado à atuação de uma empresa de comunicação que abdica de sua função jornalística para se colocar a serviço do poder.
Jornalismo, por definição, existe para bater de frente com qualquer governo, questionar autoridades, incomodar o poder e fiscalizar o Estado. O lançamento do SBT News fez exatamente o oposto: promoveu a bajulação mais cafona possível às autoridades presentes — justamente aquelas que hoje comandam o regime brasileiro.
O recado foi claro: não se trata de uma operação jornalística, mas da adesão a mais um aparelho de propaganda do regime, seguindo o padrão da chamada “imprensa” nacional — com a Globo à frente — que abandonou o jornalismo, trocou a fiscalização do poder pela submissão e transformou redações em núcleos de militância a serviço do regime.
Transformar críticas políticas em acusações morais é o expediente clássico de regimes autoritários. Quando falta argumento, sobra rótulo. Quando não se pode refutar a crítica, tenta-se silenciar o crítico.
Qual é o próximo passo? Acionar o companheiro “Bessias” para apresentar uma queixa-crime e colocar a Polícia Federal para investigar a fala do cantor — seguindo o padrão já conhecido de tratamento dispensado a críticos do regime nos últimos anos?
Por Leandro Ruschel






