Por que será que os depoimentos das testemunhas do processo do pseudo golpe foram proibidos de serem filmados?
Quem assistiu a algum dos vídeos do depoimento do Cid, sabe o motivo.
O que consta na transcrição dos depoimentos não corresponde exatamente ao que a testemunha declarou.
Há trechos nesses vídeos comprovando que as falas de Cid eram interpretadas e ditadas pelo inquiridor para a escrivã.
Ou seja, o documento foi redigido com as palavras e interpretações do inquiridor e não as da testemunha.
Quem já participou de um inquérito ou processo isento, sabe que o procedimento correto não é esse. Normalmente o escrivão procura reproduzir literalmente as falas de cada um e, após o documento impresso, cada participante da oitiva revisa e corrige o que não estiver de acordo com suas próprias falas.
Imagine você sob pressão, sendo ameaçado de prisão, incluindo pessoas da família, se teria liberdade para corrigir o ditado pelo próprio juiz que iria julgá-lo?
Hoje, vendo as matérias dos principais veículos de comunicação, sobre o testemunho de Freire Gomes, fica clara a intenção da proibição das filmagens.
A imprensa chapa branca está publicando em uníssono:
– “Freire Gomes confirma que Bolsonaro fez várias reuniões sobre trama golpista.”
– “Moraes perde a paciência com contradições de Freire Gomes.”
Todas essas versões sem contexto, sem descrição dos diálogos, são meras opiniões para sustentar o interesse punitivo da corte.
Porém, esses trechos dos diálogos foram transcritos e lendo, o que vemos é outra coisa.
O General nega a existência da famigerada “minuta do golpe”.
Nunca atribuiu sua autoria à Filipe Martins ou Anderson Torres.
O que ele confirma são várias reuniões para discussão de “cláusulas constitucionais”, o que nunca poderia ser considerado como tentativa de golpe, já que são cláusulas da própria Constituição.
Freire Gomes nega ter dado voz de prisão a Bolsonaro, ao contrário do divulgado por várias mídias marrons.
Nega ter conhecido Filipe Martins.
Ameaçado por AM de que não poderia mentir, redarguiu:
“Em 50 anos de Exército nunca menti.”
Em quem acreditar, no homem que declara que o tribunal é dele, em sua PF ou no General que foi proibido de ter sua fala gravada e divulgada ao público?
Cabe a cada um formar sua própria opinião.
Por Pedro Possas/Médico*
https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/70144/a-policia-federal-mentiu
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