O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, decidiu enfrentar o Palácio do Planalto ao manter a data da sabatina de Jorge “Bessias” Messias, indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal. A decisão contrariou diretamente o governo, que trabalhava nos bastidores para adiar o processo diante da crescente resistência no Senado. A manutenção da agenda expôs, de forma pública, a fragilidade da articulação política do Planalto.
Nos corredores do Senado, a avaliação é unânime: Messias não tem votos para ser aprovado. A rejeição ao nome é ampla, atinge parlamentares independentes e parte da própria base governista, e a sabatina tende a transformar-se num constrangimento nacional para o governo Lula. Mesmo assim, Alcolumbre se recusou a recuar.
A decisão reacendeu especulações de que Alcolumbre trabalha para uma alternativa ao STF: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. A estratégia seria simples e devastadora: Messias seria reprovado, fragilizando Lula, e Pacheco surgiria como solução “de consenso” capaz de pacificar o ambiente político. Nos bastidores, aliados de Alcolumbre já tratam essa possibilidade como mais do que um rumor.
A manutenção da sabatina, portanto, não é apenas um ato administrativo — é um movimento político calculado. Ao peitar o Planalto, Alcolumbre abre um flanco que pode resultar na maior derrota institucional do governo Lula no Senado e alterar o tabuleiro de forças em Brasília. A sabatina de “Bessias” promete ser o próximo epicentro político da capital.
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Por Emílio Kerber Filho*
Jornalista e escritor
Autor do livro “Por trás das grades – O diário de Anne Brasil”.
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