A federação União Progressista, composta por União Brasil e Progressistas (PP), decidiu nesta terça-feira (2) romper com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e retirar todos os seus filiados de cargos ministeriais. A medida atinge diretamente André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), que deverão deixar suas funções até o fim de setembro. Mesmo com a saída, aliados estratégicos das duas legendas devem continuar em postos-chave da administração federal, como Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal.
A decisão ocorre em meio ao início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF e coincide com a escolha de União Brasil e PP de apoiar uma proposta de anistia para todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A articulação, no entanto, preservaria a inelegibilidade de Bolsonaro, que continuaria impedido de disputar eleições.
A ruptura marca o agravamento da relação entre Lula e os dois partidos do centrão. Na semana anterior, o presidente cobrou maior fidelidade em reunião ministerial e sugeriu que ministros sem disposição de defender o governo deixassem os cargos. As declarações, somadas a críticas pessoais a Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), presidentes das legendas, geraram desconforto e precipitaram a saída.
A movimentação aumenta a instabilidade do Executivo no Congresso, já que União Brasil e PP controlavam quatro ministérios, a Caixa e diversos cargos regionais. Agora, a base oficial do governo na Câmara deve encolher para 259 deputados, número apenas ligeiramente superior à maioria mínima necessária, o que pode dificultar a aprovação de projetos estratégicos em um cenário de queda na popularidade do Planalto.
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Fonte: jco*


