Aquisição suspeita de kits de inglês
O prefeito de São Miguel do Guaporé está sendo alvo de acusações sérias de ter comprado kits de língua inglesa por um preço bem acima do que o valor devido. Essa situação tem gerado preocupações tanto na comunidade local quanto nos órgãos responsáveis pela fiscalização, já que envolve recursos federais utilizados na compra do material.
A recente aquisição supostamente superfaturada trouxe à tona questões sobre a transparência e a eficácia das decisões administrativas tomadas por sua equipe de governo. A questão é que o valor pago pelos kits parece estar bem acima do valor de mercado, questionam os vereadores. Além disso, a ausência de um estudo prévio realizado pela equipe pedagógica para justificar essa decisão é preocupante. Os fatos levantados apontam sérias irregularidades e põem em xeque a administração pública, e, se os recursos estão sendo usados de forma eficiente. Além disso, não houve um estudo ou avaliação feita pela equipe pedagógica antes dessa aquisição, o que tem preocupado os órgãos fiscalizadores.
O cenário se torna ainda mais complicado, considerando que a aquisição foi feita no final do ano letivo, quando é comum as instituições educacionais já estarem focadas na conclusão dos conteúdos programáticos. Para o vereador Aguinaldo Sertanejo (DC), é fundamental que o prefeito Coronel Crispin esclareça os fatos para garantir que as ações de sua administração sejam verdadeiramente voltadas para a melhoria da educação municipal.
O levantamento indica que os kits adquiridos para o ensino de língua inglesa foram comprados a preços bem acima do valor de mercado. A denúncia levanta a suspeita de que, além do sobrepreço nas compras, pode ter havido também desvio de dinheiro público.
Se as alegações forem confirmadas, elas podem ter consequências bastante graves, levando em consideração se o Ministério Público e a Controladoria Geral da União realizarem uma investigação mais detalhada.
Segundo a denúncia, o escândalo relacionado à compra do material didático envolve a empresa Inglês Fácil (EPP), que fica na cidade de Brasília. As suspeitas apontam que a cotação do material foi feita internamente pela própria empresa, o que levanta dúvidas sobre a transparência e se esses procedimentos foram realizados de forma legal.
Histórico complicado
É preocupante perceber que a Inglês Fácil já está envolvida em um processo judicial semelhante, relacionado à venda de materiais didáticos para municípios nos estados do Piauí e Maranhão. Esse histórico complica ainda mais a situação e acaba gerando uma desconfiança sobre à idoneidade da empresa.
A ausência de transparência nas licitações públicas, especialmente na compra de material didático, pode trazer sérios problemas legais e financeiros para a administração do atual prefeito. Por isso, é importante que as autoridades responsáveis façam uma investigação detalhada para entender melhor como essa aquisição aconteceu.
De acordo com o vereador Sertanejo, há sinais de irregularidades na compra dos kits. Segundo o parlamentar, o processo de compra começou no dia 22 de setembro, e a despesa foi quitada em 15 de novembro de 2025, utilizando recursos do Fundeb.
A denúncia está sendo apurada e pode levar a punições para quem for responsabilizado, além de provocar uma revisão das práticas administrativas atuais.
Câmara municipal
A grave denúncia sobre possíveis irregularidades na administração pública já foi encaminhada para órgãos de fiscalização importantes, como a Controladoria Geral da União, a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU).
Na Câmara Municipal de São Miguel do Guaporé, alguns vereadores estão discutindo sobre a possibilidade de transformar essa denúncia em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Se essa CPI for instaurada e a denúncia for considerada procedente, as consequências podem ser bastante sérias. O prefeito e os gestores envolvidos podem acabar sendo afastados dos seus cargos, além de enfrentarem possíveis condenações por improbidade administrativa.
De acordo com o vereador Aguinaldo Sertanejo, que faz parte da comissão de educação da Câmara, a denúncia trouxe à tona uma preocupação importante sobre como o dinheiro público está sendo gasto. Ele explicou que os kits, que incluem dois livros, foram comprados por R$ 901,31 cada um. No entanto, esses mesmos livros estão disponíveis no mercado por cerca de R$ 129,00. Essa diferença gritante de aproximadamente R$ 772,31 por kit levanta dúvidas sobre a administração financeira e a transparência nas compras feitas pelo município. E, se levarmos em conta o número total de kits adquiridos, essa discrepância pode representar um gasto extra de até R$ 872 mil para os cofres do município.
A transparência nas contratações públicas é um assunto muito importante nos dias de hoje. Sertanejo destacou que é fundamental saber como essa contratação foi feita e, caso a empresa tenha ludibriado o município, temos que tomar as devidas providências. Ele também afirmou que a Câmara precisa ouvir a Comissão Permanente de Licitações (CPL), a procuradoria municipal e a controladoria do município. Essas instituições são essenciais para entender todo o processo que levou à contratação, além de apurar quem foi responsável por cada etapa. Dessa forma, podemos garantir que o dinheiro público, que é do povo, seja utilizado de maneira correta, ressaltou o vereador.
De acordo com informações iniciais do parlamento municipal, a educação tem enfrentado desafios significativos. Um deles é que o município ainda não possui professores de inglês no quadro docente de professores. Além disso, já foi feita uma despesa antecipada de cerca de 1,6 milhão de reais para a contratação de um sistema de alfabetização e reconhecimento fonético. Esse investimento substancial prevê a contratação de um sistema de alfabetização e reconhecimento fonético com material físico e digital para 946 alunos da 4ª série ao 9º ano letivo da rede municipal.
Por Edilson Neves


