A Polícia Civil do Amazonas (PCAM) prendeu uma mulher de 40 anos por autorizar que seu companheiro estuprasse a própria filha, hoje com 17 anos, durante uma década. A prisão ocorreu na quarta-feira (17), mas só foi divulgada na quinta-feira (18).
O pai da adolescente já havia sido detido em 6 de dezembro deste ano, após denúncia feita por uma tia da vítima. A familiar procurou a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) em 15 de novembro para relatar que a jovem sofria abusos sexuais desde os 7 anos de idade.
Segundo a delegada Kássia Evangelista, da Depca, a adolescente gravou um depoimento em vídeo após a prisão do pai, revelando que a mãe consentia com os abusos sexuais, com apenas uma condição: “desde que ele não arrumasse outra”.
“Quando tivemos acesso ao vídeo identificamos o quanto havia de participação direta da genitora, que agiu em coautoria com o marido. Ela também é suspeita de praticar o crime de tortura pela omissão imprópria, uma vez que faltou com o dever de proteção e cuidado, no episódio em que o autor espancou e raspou o cabelo da vítima”, declarou a delegada.
A PCAM investiga também se a mãe tinha conhecimento ou participação em possíveis crimes de exploração sexual. As investigações apontam que o pai levava a adolescente para encontros com outros homens em determinados períodos.
Com base nas evidências, a Depca solicitou a prisão preventiva da mãe, pedido que foi aceito pela Justiça. De acordo com o delegado Rodrigo Beraldo, da 60ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), a mulher tentou se esconder após a prisão do companheiro.
“Após ele ser preso, ela saiu da zona rural e abrigou-se na residência de outros familiares do genitor, tendo compartilhado informalmente para os familiares que onde o marido estivesse, ela também estaria”, afirmou o delegado Beraldo.
A adolescente foi encaminhada ao Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA) e agora está sob cuidados de familiares maternos. A acusada responderá por estupro de vulnerável e omissão no crime de tortura, permanecendo à disposição da Justiça.
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