A expectativa para a safra de grãos 2024/2025 no Brasil é promissora, com estimativa de produção recorde de 322,47 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse volume representa um crescimento de 8,3% em relação ao ciclo anterior. No entanto, desafios como a invasão de javaporcos e javalis ameaçam os bons resultados da agricultura brasileira.
Os javaporcos, híbridos do cruzamento entre javalis europeus (Sus scrofa) e suínos domésticos, têm causado grandes prejuízos aos produtores rurais. Introduzidos no Brasil na década de 1990 para criação comercial, os javalis escaparam para a natureza e se tornaram uma praga ambiental. Sem predadores naturais, sua população cresceu rapidamente, resultando em impactos severos às lavouras. De hábitos noturnos e extremamente resistentes, esses animais destroem plantações inteiras, com o milho sendo uma das culturas mais afetadas. Dados do Ministério da Agricultura indicam que, em algumas regiões, as perdas chegam a 40% das plantações de milho, comprometendo a rentabilidade dos produtores.
Além dos prejuízos econômicos, os javaporcos representam uma ameaça ao equilíbrio ambiental. Ao se alimentar de raízes, sementes e pequenos animais, podem degradar áreas de preservação permanente. A rápida reprodução desses animais agrava o problema, pois as fêmeas podem gerar até duas ninhadas por ano, com média de seis a oito filhotes por gestação.
Medidas de proteção e manejo
Neste período, os agricultores brasileiros estão em plena fase de plantio da soja, cultura que antecede o milho em sistemas de rotação. Esse é um momento crucial para adotar medidas preventivas contra os javaporcos e minimizar os danos. A instalação de cercas elétricas e reforçadas é uma das estratégias mais recomendadas para impedir a invasão das lavouras. Além disso, o manejo controlado e autorizado da caça tem sido utilizado para conter a superpopulação desses animais.
Impactos e desafios futuros
O avanço descontrolado dos javaporcos representa um desafio para a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção agrícola. Além das perdas nas lavouras, esses animais podem ser vetores de doenças para o rebanho suíno comercial, aumentando os riscos sanitários. Especialistas defendem a implementação de políticas públicas mais eficazes de controle, além de incentivos para que os produtores invistam em tecnologias de proteção e monitoramento. O uso de sensores e drones para identificar movimentações suspeitas nas lavouras já é uma realidade em algumas propriedades e pode se tornar uma solução viável para reduzir os impactos dessa ameaça crescente.
Com Jornal do Agro
