O Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais poderosa facção criminosa do Brasil, está diretamente envolvida no financiamento de grupos terroristas internacionais. A acusação não veio de uma teoria conspiratória de internet — veio do próprio governo de Israel, país com um dos sistemas de inteligência mais rigorosos e respeitados do planeta.
Segundo o Ministério da Defesa de Israel, o PCC utilizou um banco digital com base em criptomoedas para enviar cerca de R$ 450 milhões a organizações terroristas entre 2022 e 2024. O esquema internacional movimentou, no total, R$ 6 bilhões e envolveu 15 países, 15 carteiras digitais e 40 núcleos de investimento espalhados por corretoras que operam no sistema paralelo da economia digital.
E o mais estarrecedor: o Brasil ficou sabendo e até agora não disse absolutamente nada.
O relatório foi enviado diretamente às autoridades brasileiras — Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo e Coaf — e ainda assim, até o momento da publicação desta matéria, nenhuma autoridade se pronunciou oficialmente. Silêncio ensurdecedor. Por que tanto silêncio diante de um escândalo com proporções globais?
O crime organizado brasileiro não apenas domina territórios, comanda presídios e se infiltra na política — agora, ele também alimenta redes de terrorismo internacional. Estamos diante de uma denúncia de narcoterrorismo gravíssima: quando o tráfico de drogas e armas se mistura com ideologias extremistas, o resultado é letal.
A omissão das autoridades brasileiras levanta suspeitas graves. Será que existe cumplicidade institucional? Interesses ocultos? Ou o Brasil simplesmente perdeu a capacidade de reagir ao crime de alto escalão?
Enquanto isso, parte da mídia tradicional trata o caso com total apatia. Não há manchetes, não há plantões, não há pressão. E, mais uma vez, a população é mantida refém no escuro.
O Brasil está financiando o terror — ainda que indiretamente — e ninguém parece disposto a enfrentar essa realidade.
Por Karina Michelin | Jornalista*
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