A Polícia Federal instaurou nesta segunda-feira (11/8) um novo inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), suspeito de ter divulgado informações falsas e cometido crimes contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso envolve a suposta publicação, em seu canal oficial no WhatsApp, de conteúdo que associava Lula à morte de pessoas LGBTQIA+ no contexto do regime de Bashar al-Assad, na Síria.
A investigação foi aberta após o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, encaminhar ao diretor-geral da PF, Andrei Passos, um pedido de apuração. A solicitação teve origem em uma notícia-crime apresentada ao Ministério Público Federal (MPF) por um cidadão russo-brasileiro, que denunciou a postagem como ofensiva e difamatória. O MPF repassou o caso ao Ministério da Justiça, resultando na abertura do inquérito.
Segundo apuração preliminar, a mensagem teria sido publicada em 15 de janeiro deste ano, mas já não se encontra disponível no canal de Bolsonaro. O conteúdo, de acordo com investigadores, vinculava Lula ao regime sírio e às execuções de pessoas LGBTQIA+ — prática documentada por veículos de imprensa internacionais durante o governo Assad, que criminalizou atos homossexuais e promoveu perseguições e violência contra a comunidade.
O inquérito apura possíveis crimes de difamação e disseminação de fake news, com atenção especial ao alcance e ao contexto da postagem. Criado em outubro de 2023, o canal de WhatsApp de Bolsonaro registra sua última publicação visível em 12 de julho.
Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar e está proibido de utilizar suas redes sociais.
Com jco
