Em meio a um cenário de instabilidade e crescentes cobranças por transparência, prefeitos de diversos municípios de Rondônia se reuniram em Assembleia Geral Extraordinária da Associação Rondoniense de Municípios (AROM), no dia 3 de abril de 2025, e aprovaram, por unanimidade entre os presentes, a resolução que trata da convocação de novas eleições para a entidade.
A deliberação teve como objetivo garantir a continuidade institucional da AROM e restaurar a confiança entre os gestores municipais. Contudo, a ausência de providências por parte da Comissão Eleitoral tem gerado forte insatisfação e apreensão. Mesmo após mais de cinco dias da aprovação da resolução, nenhum documento oficial foi publicado no Diário Oficial dos Municípios.
A expectativa do coletivo de prefeitos é clara: que o processo eleitoral ocorra ainda dentro do mês de abril, com data prevista para o dia 23, em formato presencial, na capital Porto Velho. No entanto, até o momento, não há edital, cronograma, nem regramento publicados — o que compromete a legalidade, a organização e a previsibilidade do pleito.
O que torna o cenário ainda mais preocupante é que os nomes dos membros da Comissão Eleitoral já constam expressamente na resolução aprovada pela Assembleia. Ou seja, a comissão foi formalmente constituída, mas permanece inerte, sem cumprir o que foi estabelecido e sem prestar qualquer esclarecimento público.
Além disso, os gestores aguardam a publicação da ata da Assembleia de 1º de abril, que tratou da apreciação das contas da entidade. A sessão acabou sendo suspensa pela ausência da ata da reunião do Conselho Fiscal, documento fundamental para garantir uma deliberação responsável e legal sobre as finanças da instituição.
Enquanto isso, a única ação concreta por parte da administração foi a contratação de duas funcionárias, supostamente para compor a Comissão Eleitoral — sem qualquer processo seletivo, conforme determina o regimento da entidade. A atitude, considerada irregular, causou desconforto entre os prefeitos e reforçou a percepção de desrespeito às normas internas e à lisura que se espera nesse momento.
Importante lembrar que o próprio presidente da AROM, Hildon Chaves, publicou vídeos nas redes sociais comunicando oficialmente seu afastamento e a convocação das eleições, garantindo aos prefeitos que o processo seria conduzido com legalidade, transparência e espírito democrático. A atual postura da Comissão Eleitoral, no entanto, contraria frontalmente esse compromisso público, gerando frustração e desconfiança entre os gestores municipais.
Diante da paralisia da Comissão Eleitoral e da ausência de publicações oficiais, os prefeitos cobram urgência, respeito às normas e coerência com os compromissos assumidos. A condução do processo precisa estar à altura da história da AROM — entidade com mais de 30 anos de atuação em defesa dos interesses dos municípios rondonienses.
