É comum ouvirmos sobre tensões entre vereadores e prefeitos nas esferas municipais. Essas disputas podem surgir por diversos motivos, que vão desde questões administrativas até desentendimentos pessoais. Um caso recente que ilustra bem essa situação é a relação entre o vereador Adriano Gomes (PRTB) e o secretário de Saúde Jaime Gazola. Apesar de Adriano pertencer à base aliada do prefeito Leo Moraes, isso não o impediu de criticar publicamente o secretário de Saúde.
Recentemente, o vereador Adriano utilizou suas redes sociais, especificamente o Instagram, para denunciar a precária situação da única ambulância que atende os distritos do Baixo Madeira. Em seu vídeo, ele destacou que o veículo se encontra parado à beira da estrada há uma semana, necessitando de reparos urgentes. O vereador ressaltou a urgência de ação por parte do ministério Jaime Gazola que está à frente da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
As afirmações de Adriano não passaram despercebidas e geraram especulações entre seus pares. Uma vez que Adriano integra o grupo de apoio ao prefeito na câmara, suas críticas levantaram questionamentos sobre a eficácia das ações da Semusa. A insatisfação demonstrada pode refletir a pressão que a secretaria enfrenta, especialmente em um momento crítico para a saúde pública.
No cenário atual da saúde pública, muitos são os desafios enfrentados. O vereador destacou a complexidade da situação, especialmente notando a disparidade entre as prioridades da secretaria e as necessidades reais da população. O foco recaiu sobre a gestão do secretário municipal de saúde, Jaime Gazola, que tem tomado decisões controversas, segundo ele.
Um dos principais pontos levantados foi o aumento significativo nos custos para a contratação de alimentação para a Maternidade Mãe Esperança. O valor que anteriormente era de R$ 1,5 milhão, saltou para R$ 2,5 milhões sob a gestão do prefeito Léo Moraes. Esse aumento emergencial suscitou preocupações sobre a alocação de recursos financeiros e se outras áreas essenciais estão sendo devidamente atendidas. Enquanto o prefeito concentra esforços na contratação de alimentos, os serviços essenciais em saúde permanecem em segundo plano.
Uma perguntinha que não quer calar e muitas vezes, não encontramos resposta:
O que realmente leva um vereador da Base Aliada criticar o seu gestor?
Esta situação suscita inquietudes sobre a lealdade política e a transparência na administração pública. Um dos principais motivos que levam um vereador da base a criticar o prefeito é a insatisfação com a gestão. Problemas como falta de diálogo, implementação de políticas não desejadas ou desacordo em relação a prioridades podem gerar descontentamento.
Mas será que realmente é isso mesmo?
Quando um vereador expressa descontentamento, isso pode refletir não apenas em questões pessoais, mas também divergências políticas. Sabemos que ao vereador compete elaborar as leis municipais e fiscalizar a atuação do Executivo – no caso, o prefeito.
Mas quem realmente defende a população ou quem está se aproveitando dela?
Vários fatores podem motivar um vereador a “criticar” a administração pública, mesmo fazendo parte da base aliada. Entre os principais motivos estão: a falta de diálogo, a insatisfação com a execução de políticas públicas e desvio de promessas de campanha. Além disso, a pressão popular e a necessidade de mostrar que estão trabalhando para seus eleitores também podem influenciar na postura crítica de um vereador. Essa dinâmica é frequente em ambientes políticos, onde a lealdade é testada em nome da transparência e responsabilidade.
Fogo amigo e inimigo
Quem observa com um mínimo de isenção a guerra entre a política rasteira e a administração pública já percebeu: a artilharia contra Jaime Gasola não parte da população. Ela vem de três trincheiras bem escancaradas. A primeira foi o vereador Marcos Combate, que ainda tenta emplacar discurso em terreno infértil. A segunda, minoria barulhenta da Câmara, é a vereadora Sofia Andrade (PL), que parece confundir mandato com militância. Recentemente, foi gravada negociando o voto em um pedido de empréstimo da prefeitura. E o terceiro, talvez o mais silencioso e incômodo, o vereador Adriano Gomes – que ninguém sabe ao certo se é realmente da base do prefeito ou simplesmente pulou do bonde no primeiro solavanco.
Diante do fogo amigo ou inimigo, o secretário se destaca em tempos desafiadores. Apesar de não contar com muitos recursos, Gazola não hesita em driblar os obstáculos impostos pelos adversários e continua fazendo o que eles mais detestam: cuidar da saúde. Com uma abordagem que combina paciência e jogo de cintura, Gazola consegue enfrentar críticas e dificuldade.
Finalmente, entender essa relação de apoio e crítica pode ajudar o cidadão a ter uma visão mais clara das manobras políticas que ocorrem nos bastidores. Afinal, a política é frequentemente um jogo de interesses, onde abrir mão de um apoio explícito pode ter consequências em futuras alianças.
Vamos guardar os próximos capítulos!
Por Edilson Neves | Jornalista


