Uma informação de inteligência sobre a fuga de traficantes na Baía de Guanabara foi usada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para justificar uma operação especial de patrulhamento em portos e aeroportos em reuniões com o governo federal.
O incidente ocorreu após uma reportagem que revelou um “centro de treinamento” de táticas de guerrilha mantido pelo tráfico na favela da Maré, próxima a escolas e creches.
A Maré, com cerca de 140 mil habitantes, está próxima à Baía de Guanabara.
A matéria foi ao ar no domingo, 24 de setembro, quando a polícia planejava uma operação para prender líderes de quadrilhas.
No entanto, no dia seguinte, dois grupos de líderes de facções diferentes fugiram de barco pela Baía de Guanabara e se abrigaram em favelas já dominadas por eles mesmos.
Na narrativa apresentada ao governo federal, traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) foram para o morro do Dendê, na Ilha do Governador, enquanto membros do Comando Vermelho (CV) foram para o morro do Salgueiro, em São Gonçalo.
Os traficantes atravessaram a Baía sem serem detectados pelo patrulhamento de rotina.
Quando a operação policial ocorreu no início de outubro, os chefes das quadrilhas já haviam fugido.
Apesar de não ter solicitado uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o governo estadual queria reforçar o patrulhamento para evitar o transporte de armas e drogas pelos portos e aeroportos do Rio de Janeiro.
A GLO concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu aos militares poderes de patrulhamento que normalmente pertencem à Polícia Federal e à Receita Federal.
Uma estranha ação de Lula que ainda está cheia de dúvidas…
Uma das dúvidas é qual o motivo de Lula não autorizar que as Forças Armadas atuem, também, nas comunidades que são dominadas pelo crime organizado.