Confira como será o Verão com o El Niño para a agricultura brasileira

O Verão começou e junto com a nova estação a influência do El Niño. O fenômeno muda a característica da chuva e favorece a precipitação em forma de pancadas isoladas e não garantem homogeneidade para uma boa umidade do solo. É comum observar dentro de uma mesma propriedade talhões com diferenças, uma vez que recebeu mais chuva do que outro. Veja abaixo a tendência para o Verão para as cinco regiões brasileiras, segundo previsão meteorológica do Climatempo:

Região Sul

A Região Sul continuará sendo afetada por chuvas acima da média, com uma tendência de diminuição dos eventos extremos em relação à Primavera. Os sistemas meteorológicos não devem ficar estacionários sobre o Sul. Mas isso, não quer dizer que durante o Verão não ocorra tempestades. Quando acontecer essa chuva em forma de tempestade pode vir acompanhado de raios, ventania e granizo.

Para Dezembro, há uma tendência para fortes temporais com precipitação acima da média ao longo de todo o Verão, ou seja, até março de 2024. Mesmo que os eventos extremos diminuam os agricultores vão ter que lidar com umidade excessiva o que impacta o desenvolvimento das lavouras e o início da colheita.

Região Sudeste

A Região Sudeste fica em alerta para um risco de impactos muito intensos de eventos extremos: calor, temperatura alta, chuvas fortes, tempestades que podem atingir o café no cerrado mineiro, zona da mata, neste início de safra de café conilon.

Em Dezembro, a expectativa é que as áreas ao sul de Minas, Mogiana Paulista e interior de São Paulo tenham uma influência maior com passagem de frentes frias e com isso, uma maior regularidade de ocorrência de chuva.

A metade norte de Minas e o Espírito Santo ainda vão continuar com muita irregularidade com chuvas acontecendo em forma de pancadas isoladas alternando períodos de sol e calor extremo em Dezembro. Ou seja, essas áreas poderão ser impactadas com estresse térmico.

Entre Janeiro e fevereiro, os modelos apontam uma ligeira mudança de padrão. Janeiro apresenta uma ligeira migração da umidade um pouco mais para norte da Região Sudeste, inclusive as frentes frias avança com maior frequência o que favorece as chuvas no interior de Minas Gerais, áreas mais ao norte do estado mineiro e no Espírito Santo.

Fevereiro se mostra um mês chuvoso em grande parte do Sudeste do Brasil.

Região Centro-Oeste

Mato Grosso do Sul é o estado que apresenta uma maior regularização desde o final de novembro e a tendência para esse estado é que a chuva continue mais regular. O motivo é a passagem de frentes frias que vão conseguir avançar para o estado favorecendo a precipitação.

Goiás e Mato Grosso seguem numa situação mais crítica em grande parte do Verão, especialmente o oeste de Goiás e interior de Mato Grosso com um sinal de irregularidade. Dezembro e Janeiro que são meses mais chuvosos o desvio negativo deve ser mais acentuado por causa da chuva que acontece em forma de pancada com distribuição espacial muito irregular sem volume expressivo e pode não atingir a média para o mês de dezembro e janeiro apresentando déficit de precipitação.

A chuva deve aumentar em parte do Centro-Oeste entre janeiro e fevereiro. A umidade se espalha entre Goiás e áreas ao leste de Mato Grosso, mas a chuva chega de forma tardia e pode impactar o início da colheita. As áreas mais ao oeste de Mato Grosso e o pantanal de Mato Grosso do Sul, a irregularidade persiste ao longo do verão.

O calor persiste e a tendência é que fique acima da média sem ondas de calor tão duradouras como observado na Primavera, mas ainda sim serão registradas temperaturas acima da média. O Verão será quente por conta da influência do El Niño, com picos de temperatura extrema no Brasil Central, prevê a Climatempo.

Região Nordeste

O Matopiba deve ser uma das regiões agrícolas mais afetadas pelos extremos do El Niño com maiores perdas de produtividade provocadas por irregularidade da chuva. De uma forma geral, para o Verão, a expectativa é de chuvas em forma de pancadas. Para a segunda quinzena de Dezembro, há um aumento gradual da chuva, mas essa precipitação não garante uma recuperação porque não é uma chuva homogênea. Em Janeiro, frentes frias podem alcançar à costa da Bahia e ajuda a provocar o aumento da umidade, principalmente na costa leste do Nordeste, incluindo o estado da Bahia com bons volumes de chuva. Porém, essa precipitação chega de forma tardia podendo impactar a fase final do desenvolvimento da soja e o início da colheita sobre algumas áreas do interior do Nordeste. Em relação à temperatura acima da média durante todo o Verão.Imagem em destaque

Região Norte

Grande parte do interior da Região Norte, Pará, Rondônia segue o verão com uma expectativa de chuvas abaixo da média, principalmente o oeste da Região Norte que pode apresentar um déficit mais acentuado, ao longo do Verão.

É claro, que o Norte do Brasil costuma ter médias climatológicas muito altas nesta época do ano. Algumas áreas registram entre 200 a 300 milímetros de chuva, mas as projeções mostram desvio negativo para os próximos meses do Verão. Mesmo que chova abaixo da média e essa chuva for bem distribuída ainda há garantias para uma boa umidade do solo para o desenvolvimento dos cultivos. Porém, não é uma chuva para encher reservatórios e os rios.

Rondônia é o estado com uma expectativa de situação mais crítica, porque além do desvio ser negativo não há sinais de uma regularidade da chuva. Neste estado a tendência é de previsão de chuva mais espaçada, pontual, muito mal distribuída sem chuvas significativas. O calor também será destaque durante o Verão neste estado, onde há muita plantação de café e açaí.

O El Niño vai durar até quando?

As projeções dos centros internacionais que fazem o monitoramento mostram uma probabilidade maior do fim do fenômeno El Niño em meados de 2024. Normalmente, o histórico do El Niño é de um fenômeno cada vez mais intenso nas últimas décadas potencializado pelo aquecimento global, mas não é um fenômeno duradouro, geralmente seu ciclo marcado entre 1 a 1 ano e meio. Existem projeções indicam uma inversão de sinal para La Niña, mas ainda não dá para cravar, mas nada impede que não corra. O monitoramento do clima será decisivo para o planejamento agrícola do segundo semestre de 2024.

Source: Jornal do Agro
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