Bancada Federal deve entrar na “briga” pela reconstrução da BR 319 que liga Porto Velho a Manaus

Por Waldir Costa*

A ligação rodoviária entre Porto Velho a Manaus (BR 319), com cerca de 900 quilômetros já foi pavimentada na década de 70, mas dependendo de muitas balsas devido a região ser rica em rios e mananciais. A via é a única ligação terrestre de Manaus com os demais Estados do País e, a longa estiagem em 2023, deixou à mostra o quanto a rodovia é importante para a região, não uma “inimiga” da natureza, como querem as Ongs e a “rainha” delas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

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Na seca de 2023 o rio Madeira, que liga Porto Velho a Manaus, que tem em suas margens uma enorme população ribeirinha teve a navegação prejudicada. Durante meses ficou interditada à noite e limitada no dia, porque o rio ficou com o nível crítico reduzindo a capacidade de carga ao mínimo.

Outro problema causado pela falta de chuvas foi o desabastecimento de alimentos para as famílias ribeirinhas, devido à limitação do transporte de cargas dos navios e das balsas. Também faltou água, porque os poços ribeirinhos secaram e o abastecimento teve que ser feito com água mineral, nem sempre conseguindo atender a todos. Foi uma situação muito difícil.

A recuperação e restauração da BR 319 foi amplamente discutida em 2023. Nos últimos meses do ano, certamente devido à crise que ela ajudou a agravar, porque, se é difícil transitar pela 319 em períodos de seca, é muito mais complicado quando chove. Mas ela foi muito importante, mesmo com tráfego limitado para poder atender ao povo ribeirinho.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-Ibama, Rodrigo Agostinho, disse em novembro último, que as obras de recuperação da BR 319, “também depende do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Segundo ele, cabe ao Dnit entregar, nos próximos meses, os estudos de impacto ambiental pendentes.

Rondônia tem, a exemplo, dos demais Estados e do Distrito Federal, três senadores. Dois são ligados ao ex-presidente e do PL, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli. O terceiro é Confúcio Moura (MDB), que já foi governador e ligado ao grupo de apoio ao presidente Lula da Silva (PT). Cada Estado também tem oito deputados.

Há dias o Ministério dos Transportes iniciou estudos socioambientais na BR 319, para saber dos impactos ambientais para a recuperação e restauração da rodovia com prazo de 90 dias, para conclusão. A preocupação maior é com agressões a fauna e a flora.

Confúcio Moura, que preside a Comissão de Infraestrutura do Senado participou de reunião com o presidente Lula, onde um dos assuntos foi a 319, inclusive, que a rodovia será uma estrada-parque com rígido controle de tráfego. O RD POLÍTICA sempre defendeu, que a 319 seja uma estrada-parque com fiscalização permanente e fechamento à noite. Nos sábados e domingos ficaria limitada para a visitação pública, para explorar o turismo, não somente “para passear de carro”, como disse recentemente a ministra Marina, em tom jocoso.

Segundo Confúcio, “a rodovia nova ficará mais cara, mas será uma obra extraordinária; uma portaria deu o aviso da abertura desse horizonte há anos aguardado por moradores dos Estados do Amazonas e Rondônia”.

A proposta do senador Confúcio é oportuna e deve ser encampada pelas bancadas federais (senadores e deputados) de Rondônia, Amazonas, Acre e também de Roraima, que seria beneficiada com a rodovia transitável o ano todo. Não é isolando que se preserva, mas com cuidados permanentes, intensivos, responsáveis, onde as palavras consideradas “cânceres” do Brasil, a corrupção e a impunidade devem ser canceladas, missão nada fácil em um País onde as empresas, comércio, indústrias, agronegócios aos poucos vão sendo substituídos pela subserviência, pelas ações das facções, que “empregam” a cada dia mais marginais.

A reconstrução da BR 319, deve ser analisada com o máximo de critérios não somente pelos técnicos do Ibama e de outras entidades ligadas ao meio ambiente, mas principalmente pelos políticos, pois são eles que fazem as leis, modificam, adequam. São eles que determinam o que deve e não de ser feito no País, nos Estados, nos municípios. Os políticos, no caso da área federal devem assumir a responsabilidade.

O Brasil não pode ser governado como “canetadas” de ministros do STF como se estivéssemos em um regime ditatorial. Quem governa –ou deveria– o País, os Estados e os municípios são os políticos (executivos e legislativos), que foram eleitos para isso. Ou não?!

 

Waldir Costa
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