Dorival Júnior é o novo técnico da Seleção Brasileira. Chegando em um momento complicado, após um péssimo começo da Seleção nas Eliminatórias, o novo técnico se apresenta para iniciar um novo capítulo, após a demissão de Fernando Diniz do comando da Canarinho e longo tempo de especulação sobre a possível contratação de Carlo Ancelotti.
Trajetória
A trajetória de Dorival Júnior no universo do futebol é longa e rica em experiências. Com dezoito anos dedicados ao jogo como atleta e mais de duas décadas na função de técnico, é interessante notar que sua conexão com o futebol começou desde a infância, sendo mascote do Ferroviária aos seis anos.
Assumindo pela primeira vez o comando técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior expressou, durante sua apresentação, o compromisso de revitalizar a confiança dos adeptos na equipe, enfatizando a importância de reacender o entusiasmo e o apoio do público pela Seleção.
“Minha primeira convocação é para a nação brasileira: renovar sua fé e paixão pela nossa Seleção,” afirmou ele, ressaltando essa mensagem no evento de sua introdução oficial como o comandante do time nacional.
Com um profundo conhecimento adquirido em mais de cinco décadas dedicadas ao esporte, o técnico está ciente das complexidades que envolvem o ambiente futebolístico, tanto dentro quanto fora das quatro linhas, e reconhece a importância de superar os desafios políticos e técnicos atuais.
Em um período desafiador para o time nacional, Dorival Júnior traz sua reconhecida capacidade de reverter cenários adversos. Sua nomeação vem em um momento em que sua expertise em transformar a sorte de equipes em apuros pode ser o diferencial para a renovação da Seleção Brasileira.
Como chegou até a Seleção Brasileira
A campanha inicial da Seleção nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 foi decepcionante.
Registrando somente duas vitórias e enfrentando uma série de três derrotas em sequência, culminando no fim da gestão temporária de Fernando Diniz, Dorival emergiu como um forte candidato para assumir o posto de técnico da equipe nacional.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tinha anteriormente indicado que, após o interinato de Diniz, Carlo Ancelotti estaria na linha para comandar a seleção, uma informação bem conhecida no cenário futebolístico e até pelo Real Madrid.
“A realidade é o que todo mundo conhece e o Real Madrid sabe. Tive contato com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues.” declarou Ancelotti.
Quanto a Dorival Júnior, qual era sua posição antes da seleção? Atuando como técnico do São Paulo desde o último ano, Dorival foi nomeado para liderar a Seleção em janeiro. Seu salário gira em torno de 1,6 milhão de reais, sob contrato até a conclusão da Copa do Mundo FIFA de 2026.
Como técnico
Iniciou sua carreira na Ferroviária, onde enfrentou desafios, mas deixou sua marca com uma recuperação notável, apesar de resultados mistos. Se destacou no Figueirense, conquistando um título estadual, e seguiu para acumular experiências em equipes como Fortaleza, Criciúma, Juventude, Sport, Avaí, e São Caetano, onde teve momentos de sucesso, como a campanha surpreendente que levou o São Caetano ao vice-campeonato paulista.
Sua carreira ganhou destaque nacional no Cruzeiro, seguido por um período vitorioso no Coritiba e um marcante no Vasco, onde conquistou a Série B. No Santos, alcançou o ápice, vencendo o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, embora tenha saído após desentendimentos com o jogador Neymar. Passou por Atlético Mineiro, Internacional, conquistando a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Gaúcho, retornou ao Flamengo e ao Vasco, teve uma passagem pelo Fluminense, e voltou ao Palmeiras e ao Santos, onde novamente obteve sucesso. Comandou o São Paulo, Athletico Paranaense, Ceará, e retornou ao Flamengo, ganhando a Copa do Brasil e a Copa Libertadores. Recentemente, voltou ao São Paulo, conquistando a Copa do Brasil, antes de ser anunciado como técnico da Seleção Brasileira. Em todos os times dirigidos pelo técnico, sua jornada é repleta de reviravoltas, sucessos, desafios, e um legado de resiliência e conquistas no futebol brasileiro.
Como jogador
Conhecido como Júnior durante sua carreira de jogador, teve uma trajetória significativa no futebol brasileiro. Iniciou no futebol de base no Atlas de Araraquara, seguiu para o Marília, e depois se transferiu para a Ferroviária, onde deu seus primeiros passos profissionais em 1982. Após uma passagem pelo Marília, destacou-se e mudou-se para o Guarani em 1984, iniciando sua relevância no cenário nacional.
Sua carreira ganhou contornos mais definidos quando se aventurou em Santa Catarina, jogando pelo Avaí e posteriormente pelo Joinville, onde deixou sua marca. Em 1988, voltou ao interior de São Paulo para atuar pelo São José-SP, antes de se transferir para o Coritiba no mesmo ano. Sua jornada continuou no Palmeiras, onde chegou em 1989 e jogou mais de 100 partidas, permanecendo até 1992 e destacando-se como um jogador relevante.
Finalizou sua carreira no Grêmio, onde foi um dos líderes do time campeão gaúcho sob o comando de Felipão em 1993. Depois, atuou pelo Juventude e encerrou sua trajetória no Botafogo-SP, onde foi capitão e atuou até 1999. Como volante, Dorival Júnior exibiu liderança e consistência, elementos que mais tarde influenciariam sua bem-sucedida carreira como técnico.
Curiosidades
Dorival vivenciou momentos controversos no Santos, particularmente com os jogadores Paulo Henrique Ganso e Neymar, este último envolvendo uma situação em que foi proibido de bater um pênalti, o que gerou grande repercussão. Dorival reconheceu que abordar Neymar imediatamente após o jogo foi um erro, evidenciando sua capacidade de reflexão e autocrítica.
Um aspecto notável de sua personalidade é o equilíbrio emocional, especialmente diante de adversidades significativas, como os diagnósticos de câncer que tanto ele quanto sua esposa enfrentaram. Essas experiências desafiadoras o fortaleceram, permitindo-lhe reavaliar sua carreira e vida pessoal.
Profissionalmente, Dorival alcançou o ponto alto de sua carreira em 2022, conduzindo o Flamengo às conquistas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores da América. Após sua saída do Flamengo, ele assumiu o comando do São Paulo e, ironicamente, venceu a Copa do Brasil de 2023 contra o próprio Flamengo, que o havia demitido anteriormente. Esses eventos sublinham sua resiliência e habilidade em alcançar sucesso significativo mesmo após enfrentar momentos difíceis.
Conclusão dos especialistas da MightyTips
Os especialistas da MightyTips analisam a chegada de Dorival Júnior à Seleção Brasileira como um momento de solução e expectativa. Seu nome já foi considerado anteriormente para o cargo, mas apenas agora se concretizou, destacando a importância de seu papel atual. Dorival é visto como alguém que deve recuperar a moral, a autoestima e a confiança do público na seleção, uma tarefa considerada gigantesca dadas as circunstâncias atuais.
A análise enfatiza a responsabilidade de Dorival frente à próxima Copa América e as implicações do contexto político, como as eleições da CBF no próximo ano. A seleção brasileira passou por um período de instabilidade, com dois treinadores interinos recentes e abordagens táticas divergentes, destacando-se a fase problemática sob o comando de Fernando Diniz nas eliminatórias da Copa do Mundo. Os especialistas refletem sobre o desafio de Dorival em dirigir uma equipe que experimentou muitas mudanças e questionam que tipo de equipe ele encontrará.
Essa análise sugere que Dorival Júnior, agora como técnico, tem uma missão complexa pela frente, distinta de sua época como jogador. Ele é reconhecido pela capacidade de lidar com diferentes equipes e contextos, e agora enfrenta o desafio de moldar a Seleção Brasileira em um momento crucial, refletindo sua flexibilidade e habilidade tática como treinador.
