‘Agora eu tenho interesse em saber… colocar esse bandido na cadeia’, diz Máximo, sobre suposto plano para pagar R$ 1 milhão em propina

Em depoimento à Polícia Federal, Fernando Máximo ouviu do delegado que 10% do valor da compra dos kits seriam pagos em propina - Foto: reprodução

Aquela velha história, “não vi nada, não sei de nada”, mais agora eu quero saber… e colocar esse bandido na cadeia, diz Máximo, expressando sua indignação e determinação em garantir que um suposto esquema seja exposto e os responsáveis sejam responsabilizados judicialmente. Essa declaração sugere uma postura firme contra a corrupção e o crime, indicando um desejo de justiça e integridade. Porém, os indícios são evidentes, contudo se faz necessário que a investigar siga a fundo para garantir a transparência e a veracidade em todos os aspectos envolvidos.

Sesau comandada pelo hoje deputado federal comprou 100 mil kits de teste rápido de covid por R$ 105,00 a unidade, totalizando mais de R$ 10 milhões, no auge da pandemia. Teria havido superfaturamento de aproximadamente 40%.

O Blog Entrelinhas mostrou mais dois trechos do depoimento do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO) à Polícia Federal, no inquérito sobre o suposto superfaturamento na compra de 100 mil kits de teste rápido de COVID, no início da pandemia de coronavírus.

Nesses trechos o delegado fala da atuação de Maíres, representante da empresa Buyer, que vendeu os testes à SESAU, inicialmente por R$ 105,00 a unidade. Logo depois o preço baixou. O delegado também fala de um servidor da Sesau, Amaral, que teria tratado com Maíres.

Os kits custariam inicialmente mais de R$ 10 milhões, e de acordo com as investigações 10% do valor seria pago em propina. Veja os vídeos ou acompanhe a degravação:

Veja dois trechos do depoimento do deputado federal Fernando Máximo

– Tem um diálogo entre a senhora Maíres Natália, que era representante da empresa Buyer, com o possível sócio oculto da empresa Buyer, o senhor Rodrigo Garcia, em que a senhora Maíres ela cita expressamente em pagamento de propina de 10% do valor do contrato. O senhor conhece algum tipo de esquema de corrupção na SESAU em que… – diz o delegado.

– Nenhum tipo – responde Fernando Máximo.

– O superfaturamento do contrato, o senhor não tinha conhecimento? – inquire o delegado.

– Nenhum conhecimento, e agora… e agora eu tenho interesse em saber… colocar esse bandido na cadeia… eu não tinha nenhuma noção disso. Se realmente se confirmar isso aí é… – afirma Fernando.

– O senhor conhece o Rodrigo Garcia? – pergunta o delegado.

– Não. É do Tribunal de Contas… não, né? – responde o deputado federal.

– Não. Ele é empresário lá do Rio – explica o delegado.

– Não. Não conheço não – diz Fernando Máximo, balançando a cabeça negativamente.

Há um outro vídeo, onde o deputado federal responde a mais alguns questionamentos.

– O senhor sabe se o Amaral, ele chegou de alguma maneira a instruir como a Buyer deveria apresentar as respostas quando ela foi notificada no âmbito do processo judicial… – prossegue o delegado.

Fernando Máximo balança a cabeça negativamente.

– Porque consta aqui nas análises telefônicas que o Amaral tinha laços bem estreitos com a Maíres, inclusive eles combinavam, a Maíres encaminhava para ele alguns atos… primeiro o Amaral, pô tá excelente, já manda assim, você tem que falar isso aqui – cita o delegado.

– Não tenho noção disso, doutor. Jamais fiquei sabendo disso. Não sabia dessa aproximação dele com o pessoal. O Amaral é um cara assim… eu nunca tinha… pra nós, ele nunca demonstrou… a gente nunca percebeu nada de conduta irregular dele, muito pelo contrário… um cara… sempre uma pessoa muito correta – afirma o deputado federal.

Maíres

Quando o delegado interroga Maíres, a pessoa que intermediou a venda dos kits para a SESAU administrada à época por Fernando Máximo, ele explica sobre a intercepção de uma conversa de Amaral com a esposa. A esposa diz não aceitar que mais dinheiro entre na conta dela, e avisa que se entrar mais dinheiro ela se separaria dele. “E por uma coincidência do destino eles estão separados hoje”, conta o delegado.

O delegado também pergunta a Maíres se ela acha natural que o Amaral fique dizendo como ela deveria fazer, como deveria apresentar as justificativas. Anteriormente o delegado havia explicado que nas negociações a representante da Buyer não estava falando com a pessoa física Amaral, e sim com um representante do estado.

– Não sei como é que funciona, como é que tem que ser. Eu vendo um negócio aqui pra Polícia Federal, aí o ofício tem que vim x PTO jeito. Eu faço do jeito que a empresa manda. Chega aqui você olha e fala assim: Maíres, isso aqui, do jeito que você tá fazendo, tá errado… – diz Maíres, quando é interrompida pelo delegado.

– Não, Maíres, da minha parte isso não vai acontecer. Eu não vou dizer pra senhora, Maíres você tem que fazer desse jeito aqui. Eu não estou dizendo aqui como a senhora tem que responder as minhas perguntas – explica o delegado. O delegado detalha que ali, ele está representando o estado, como Amaral estava representando, na SESAU.

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