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“Mendigo pra muita gente é gente, mas não existe” (veja o vídeo)

O Jeito nordestino de ser!

Por Edilson Neves*

O artigo trata de um assunto pouco debatido no Brasil que é a postura do brasileiro em praticar a caridade desmedida, sem critérios e até usar esses “atos de bondade” como uma plataforma para se promover.

A capacidade do nordestino de transformar uma triste realidade em arte ou poesia é verdadeiramente notável. A região nordestina do Brasil é rica em cultura, tradições e uma história de resiliência diante das adversidades. Muitas vezes, em meio a condições difíceis, os nordestinos encontram inspiração para expressar seus sentimentos e experiências através da música, da poesia literária, da dança e de outras formas de arte.

A música nordestina, por exemplo, é conhecida por suas letras que retratam a vida no sertão, a luta do povo nordestino e a beleza da cultura local. O forró, o baião, o xote e o frevo são gêneros musicais que refletem a alma e a identidade do Nordeste brasileiro.

Da mesma forma, a literatura nordestina é marcada por grandes escritores que exploram as nuances da vida na região, como Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e tantos outros. Suas obras frequentemente abordam temas como a seca, a pobreza, a religiosidade da vida propriamente falando.

Além disso, a poesia popular, especialmente o cordel, é uma forma de arte muito apreciada no Nordeste. Os cordelistas transformam habilmente as experiências cotidianas em versos rimados, contando histórias que encantam e emocionam.

Essa capacidade de transformar a dor em beleza é uma característica marcante da cultura nordestina, evidenciando a força e a criatividade do um povo soberano. Transforma uma realidade triste, em arte. Sobretudo, recitar a realidade de um pobre ou mendigo, ou de pai de família desempregado, ou até mesmo uma criança com fome, pois muitas vezes pede pra quem não tem e muito tem e não dar. Uma triste realidade!

Veja nesse vídeo ou leia a degravação a seguir:

– Eu tava no mercado e chegou uma criança, um menino com sete anos de idade mais ou menos.

– Pediu uma esmola a um cidadão e ele disse que não tinha.

– Mas você sabe, quem pede fica ali arrodeando.

– Quando ele foi pagar a conta que puxou o dinheiro, o menino chegou e disse, seu zé me dar um trocado?

– Aí ele pegou no braço do menino assim e empurrou o menino.

– Eu já disse que não dou!

– Aí o menino caiu”.

– Eu não falei nada, mas também não me senti bem com aquilo.

“Aí eu disse, mendigo pra muita gente é gente, mas não existe. 

Nega quando ele lhe pede, se zanga quando ele insiste. 

Talvez é porque não sabe o quanto pedir é triste”.

E nessa mesma linhagem, eu disse, ao invés de humilhar, ao invés de criticar quem vem pedir humilhado, dê um pão, saia calado que é melhor do que negar. 

Pode você precisar e na frente e encontrar quem dê. 

Se ele não agradecer, saia calado e sabendo que se ninguém tiver vendo pode deixar que Deus ver”.

Aí Denílson foi e fez um também.

– Aí nesse mesmo dia Paim recitou pra mim, a gente tava lá na Serrinha, o Paim recitou pra mim esse verso, aí eu peguei a mesma linhagem e disse.

“Faça de bom coração, desate o nó da sacola, quem dá um pão de esmola, não sente a falta do pão.

Quem pede por precisão não olha quem tá pedindo, deixa a vergonha dormindo depois da fome acordada, quem doa em troca de nada Deus dá em dobro e sorrindo”.

“Qual a sua opinião sobre isso, por favor, comente”.

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