A crítica do senador Plínio Valério à criação de uma reserva ambiental para proteger o sauim-de-coleira na Amazônia assinada por Lula.
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou a criação de uma reserva ambiental destinada à preservação do sauim-de-coleira, um dos 25 primatas mundialmente ameaçados de extinção, que só existe na Amazônia. O decreto da nova reserva foi assinado pelo petista Lula, em junho deste ano.
A área está localizada no município de Itacoatiara, próximo a Manaus. Segundo o senador, é equivalente a 15 mil campos de futebol. Ele disse que a região já mantém 97% de florestas preservadas. Plínio questionou as políticas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e criticou a atuação das ONGs na região. Para o senador, a criação de mais uma reserva é uma “estratégia para projetar uma imagem positiva do Brasil junto à comunidade ambientalista internacional”.
“Será que todos os habitantes — humanos, é claro — que vivem nesses 15 mil campos de futebol, equivalentes a 15,3 mil hectares, foram consultados sobre a generosa concessão ao sauim-de-coleira? Houve realmente todo o protocolo, aconteceu a unanimidade que estão querendo em Autazes? Claro que não! Será que essa atitude do governo gederal não tem mais foco na imagem internacional do que verdadeiramente no sauim-de-coleira?”, continuou o senador.
O senador alegou que “defende a preservação da fauna e da flora”, mas não concorda em “dar prioridade aos direitos dos primatas em detrimento dos direitos dos moradores da região”. Ele enfatizou que a medida terá um forte impacto sobre a agricultura local, já que os moradores terão de adaptar suas práticas às novas exigências ambientais.
“Vai acontecer o que aconteceu na Reserva Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. Feita a reserva, os extrativistas e os moradores não gozarão de mais nenhum direito, não vão poder plantar, não vão poder colher, não vão poder criar; é isso que vai acontecer”, disse.