A esquerda tem aversão ao mercado por dois motivos principais.
Primeiramente, o mercado financeiro é o principal mecanismo de geração de riqueza. Em uma sociedade que enriquece, os ideais esquerdistas perdem relevância e sustentação, já que a pobreza, muitas vezes, é utilizada como justificativa para suas pautas e ações.
No entanto, esse não é o principal motivo.
O mercado opera com base na realidade, refletida nos preços livremente negociados por agentes em busca de proteção e lucro. Essa dinâmica expõe fatos concretos, dificultando a narrativa esquerdista. Por exemplo, torna-se inviável convencer a sociedade de que a economia vai bem enquanto a Bolsa despenca, o dólar dispara e os juros sobem.
Para ocultar a febre, é necessário quebrar o termômetro.
Essa lógica é similar à da censura nas redes sociais, algo que vem sendo perseguido com afinco. Regimes autoritários e promotores de pobreza não sobrevivem em ambientes de livre mercado e de circulação irrestrita de ideias. Assim, o controle da informação e do mercado torna-se crucial para a manutenção do poder.
Enquanto a censura já avança a passos largos, o próximo alvo é o mercado.
Esse controle pode ser alcançado de diversas formas. Um dos primeiros passos seria intervir na política monetária, reduzindo os juros de curto prazo de maneira artificial. Para controlar o câmbio, poderiam ser utilizadas as reservas internacionais para manipular o mercado, enquanto se implementam medidas restritivas, como o aumento do IOF sobre movimentações de capitais e a criação de novos impostos, seguindo o exemplo argentino.
Essas seriam as etapas naturais de um regime que busca aprofundar a destruição econômica em curso, consolidando sua agenda intervencionista.
O objetivo final é sempre o mesmo: a consolidação de um regime totalitário.
Por Leandro Ruschel