Integrantes de uma ONG bancada pelo Comando Vermelho participaram de reuniões no Ministério da Justiça e em outros espaços de poder.
A velha mídia, por algum motivo, resolveu colocar tudo às claras.
Parece evidente o que a oposição ficou proibida de apresentar na campanha eleitoral. A estreita ligação do PT com as facções criminosas.
Abaixo, reproduzimos o “fio” publicado pelo Estadão:
A história começou a ser revelada na segunda-feira, 13, quando os repórteres Tacio Lorran e André Shalders revelaram que assessores do Ministério da Justiça receberam, dentro do prédio da Pasta, uma integrante do Comando Vermelho duas vezes neste ano.
A ‘dama do tráfico também foi recebida em audiências no Ministério dos Direitos Humanos e no Conselho Nacional de Justiça e postou fotos com parlamentares.
Para entender melhor a história, vamos aos personagens. A começar por Tio Patinhas, condenado a 31 anos e 7 meses de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro, apontado como um dos líderes do CV em Manaus.
Foi sua esposa, Luciane, a ‘dama do tráfico’, que esteve no MJ. Ela foi condenada a 10 anos de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o MP, atuaria lavando dinheiro da facção.
Quem a levou até o ministério foi a advogada e ex-deputada federal Janira Rocha.
Os três são apontados por ligação com o Comando Vermelho, que atua em 13 Estados e no DF. Rivais do PCC, com quem mantém disputa por mercados da droga, bandidos do CV formam a segunda maior organização criminosa do Brasil.
Agora que você já conhece os personagens, pode continuar a entender como a mulher de ‘criminoso número um’ do Amazonas, classificado como ‘indivíduo de altíssima periculosidade’, se reuniu duas vezes com assessores do ministro da Justiça em Brasília.
Em sua primeira reação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, na segunda-feira, que não tinha conhecimento das reuniões realizadas na Pasta e jogou a responsabilidade para o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz.
O secretário, por sua vez, assumiu publicamente a responsabilidade pelo encontro, blindando o chefe.
“Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber”.
O Ministério da Justiça também editou uma portaria para endurecer as regras de visita ao Palácio da Justiça, a sede da Pasta.
Na terça-feira, o Estadão revelou que Janira Rocha, ex-deputada do PSOL recebida na Pasta de Dino, recebeu dinheiro do Comando Vermelho. Recibos apreendidos pela Polícia Civil do Amazonas mostram pagamentos feitos à advogada.
E na quarta-feira, o jornal mostrou que o Ministério deu andamento a pedidos feitos pela ONG bancada pelo Comando Vermelho.
O Ministério dos Direitos Humanos também foi envolvido na polêmica após a revelação de que a Pasta pagou passagens e diárias para a ‘dama do tráfico’.
As repercussões às diversas revelações foram fortes no STF, no Congresso e no governo.
O Ministério Público junto ao TCU pediu a investigação do episódio.
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E deputados de oposição passam a pedir a instalação de uma CPI para investigar as reuniões.
Nesta quarta-feira, Lula se manifestou pela primeira vez sobre o assunto. Mas não para tratar das reuniões e da falha de segurança do ministério, mas de notícias falsas espalhadas por oposicionistas contra Flávio Dino.