Edjane Cunha, viúva do empresário Cleriston Pereira da Cunha, que morreu no presídio da Papuda, após um longo período preso, sem denúncia formalizada e sem qualquer prova de que tenha participado dos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro, representou na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
No documento, protocolado nesta quarta-feira (6), ela pede a perda do cargo de ministro do STF e sustenta que o magistrado teria incorrido em crimes com penas que vão de 10 anos a até 31 anos de prisão.
Representando a viúva e as duas filhas de “Clezão”, o advogado Tiago Pavinatto afirma que Moraes cometeu “maus-tratos em modalidade qualificada, abuso de autoridade e tortura”.
A representação sustenta que Moraes teria violado 32 dispositivos legais ao manter o empresário encarcerado mesmo dois meses após parecer da PGR favorável à soltura. O empresário, de 46 anos, morreu em 20 de novembro.
A viúva afirma que Cleriston “sequer conseguia caminhar para os banhos de sol”. E argumenta que Moraes assumiu “conduta omissiva dolosa” ao não levar em consideração o laudo médico que apontava urgência para Cleriston deixar a prisão.