Com boa parte das unidades de beneficiamento encerrando suas compras nas últimas semanas, a comercialização do arroz permanece bastante restrita, com expectativa de retomada de ritmo apenas na segunda metade de janeiro ou início de fevereiro de 2024.
“Os recessos de fim de ano, a diminuição na demanda doméstica e o significativo esfriamento das exportações contribuem para um cenário de liquidez mínima”, enumera o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.
A fraqueza do dólar em relação ao real, aliada à supervalorização das cotações internas, que reduziram consideravelmente a competitividade do cereal brasileiro, complicou a concretização de novos contratos de exportação, fator que vinha contribuindo para os recentes movimentos de alta. “Apesar das incertezas atuais, há a perspectiva de que o mercado mantenha sua tendência ascendente, pelo menos até o início dos trabalhos de colheita da nova safra”, pondera Oliveira.
Ao iniciar o ano, o mercado de arroz testemunhava uma dinâmica influenciada por diversos fatores que moldaram seu comportamento nos primeiros meses. O dólar começou 2023 acima de R$ 5,40, tornando o produto brasileiro atrativo para o mercado internacional, resultando em uma boa demanda externa.
As indústrias, de olho nas primeiras reposições do ano, retornaram gradualmente, elevando suas ofertas e impulsionando o mercado, que ganhou ritmo à medida que o ano se desenrolava.
Em meio à expectativa de uma quebra na safra 2022/23 de arroz devido aos reflexos do La Niña e uma sólida demanda externa, os preços dispararam.
Neste contexto, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou o dia 26 de dezembro cotada a R$ 125,39, apresentando um avanço de 0,45% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma alta de 8,80%. E um aumento de 36,11% quando comparado ao mesmo período de 2022.