Segundo o médico da vigilância epidemiológica da Semusa, Marco Antônio Verçoza, durante o período chuvoso “é preciso evitar o contato com lama e água de alagações com transbordamento de esgotos e córregos, ambientes que possuem águas contaminadas de diversos vírus, bactérias e verminoses que colocam em risco à saúde humana, podendo resultar em grandes sequelas e até mesmo em óbito”.
O médico destaca ainda a importância da atenção redobrada para evitar doenças como diarreicas agudas, leptospirose, febre tifóide e hepatite A.
DIARRÉICA AGUDA
Segundo o Ministério da Saúde (MS), as doenças diarreicas agudas são infecções causadas por diferentes microrganismos (bactérias, vírus e outros parasitas, como os protozoários) que causam a gastroenterite, inflamação do trato gastrointestinal, afetando o estômago e o intestino.
A infecção é causada pelo consumo de água e alimentos contaminados. Podendo também ser transmitida através de contato com objetos, pessoas e animais infectados. Entre os principais sintomas da doença estão: dores abdominais, sangue ou muco nas fezes, febre, náuseas e vômitos.
LEPTOSPIROSE
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente de ratos. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares em especial nas panturrilhas, náuseas, vômitos e falta de apetite.
FEBRE TIFÓIDE
A Febre Tifóide é uma doença bacteriana aguda. A transmissão pode ocorrer de forma direta, quando existe o contato com o portador da doença, e indireta, através da ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes ou urina.
Se não tratada adequadamente, a Febre Tifóide pode levar à morte. Os principais sintomas dessa doença são febre alta, dores de cabeça, manchas rosadas no tronco, prisão de ventre ou diarreia, tosse seca, mal-estar e falta de apetite.
HEPATITE A
Também conhecida como “hepatite infecciosa”, a Hepatite A é uma doença transmitida de maneira fecal-oral, contato de fezes com a boca. A infecção tem relação com alimentos não higienizados da maneira correta, água não tratada e falta de higiene pessoal.
Os sintomas variam, podendo manifestar inicialmente fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, seguidos ou não de enjoos, vômitos, dor abdominal e diarreia, urina escurecida, pele e olhos amarelados. Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. A vacina contra a hepatite A é a principal medida de prevenção contra a doença.
CUIDADOS
O médico Marco Antônio Verçoza explica que a população deve ter cuidado com a água, tanto de consumo quanto de utilização no preparo dos alimentos.
“A recomendação é que a água seja filtrada e fervida por cinco minutos antes do consumo. Na impossibilidade da fervura, há a possibilidade de purificar a água utilizando o hipoclorito de sódio a 2,5% após a filtragem. Basta adicionar 2 gotas de hipoclorito a 2,5% por litro de água e deixar descansar por trinta minutos. Os alimentos também devem ser lavados com água tratada, clorada ou fervida, e deixados de molho por 30 minutos”, finaliza.
Confira outras medidas que também devem ser adotadas:
– Não nadar, tomar banho ou beber água doce de fonte que possa estar contaminada pela água da inundação ou urina de animais;
– Se possível, cobrir cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água;
– Se precisar ficar na água, utilize botas e luvas para reduzir o contato com a água contaminada;
– Tratar a água antes do consumo, fervendo ou utilizando hipoclorito de sódio;
– Prevenir infestação de roedores, realizando acondicionamento adequado do lixo e evitando acúmulo de entulhos;
– Lavar as mãos, principalmente após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos.
ATENDIMENTO
Qualquer pessoa que esteve em contato com água contaminada e apresente algum sintoma das doenças citadas anteriormente, precisa procurar imediatamente uma unidade básica de saúde para atendimento médico, passar por avaliação clínica e, se necessário, ser encaminhada para uma unidade especializada.