Ensino à distância é fundamental para a sociedade brasileira

Por Silvio Persivo*

O ensino brasileiro, todos sabem, passa a muito tempo por uma crise. Embora o número de vagas nos cursos públicos tenha aumentado isto, sem dúvida, se fez em detrimento da qualidade. E, nós, professores, constatamos que, a cada ano, recebemos turmas com uma menor quantidade de alunos e com problemas de entendimento que, por mais que se queira negar, provém do fato de que foram afrouxados os sistemas de avaliação e de entrada no ensino superior.

A crise, no entanto, ultrapassa isto e se desenvolve em cima de que enquanto as universidades ficam, cada vez mais, burocráticas, o mundo de torna mais flexível, fragmentado, digital e especializado.

Mais: na medida em que o diploma não é mais garantia de melhoria econômica e de emprego o ensino superior perde atrativo. Inclusive, a evasão é enorme porque os alunos de hoje, práticos e com as dificuldades econômicas, fazem cálculos: gastam somente, por exemplo, para ir a Universidade de Rondônia, 13 quilômetros na BR, no mínimo, se de ônibus, R$ 225, 00 por mês, sem contar que lá terão que gastar com alimentos, o que é muito mais caro do que a mensalidade de uma formação por EaD.

Esta é uma das razões-quase todas as federais são distantes-pela qual, principalmente a partir da pandemia de Covid-19, o ensino à distância aumentou enormemente e se tornou maior do que o presencial. E com a grande vantagem de que é o ensino que se adapta ao aluno e não o contrário.

As nossas universidades estão paradas no tempo, sem aparato tecnológico e deveriam mudar, inclusive a oferta de formações e disciplinas. Não há clima para isto por conformismo e conforto. É preciso lembrar que, entre os direitos da Constituição de 1988, ficou que estabelecido que a educação, como um direito social, deve assegurar a liberdade de iniciativa privada, desde que sejam respeitadas as normas gerais e a qualidade do ensino público. Isto implica em que a educação, um direito fundamental, deve ser acessível para todos e de qualidade, independentemente de ser público ou privado, presencial ou à distância.

Os cursos de EaD possuem práticas presenciais, muitos deles mais do que exigido legalmente, e qualidade. Além de que, para muitas localidades, são a única forma de acesso a uma educação melhor.  A questão não é de ser presencial, ou não, mas de ter qualidade e é ao MEC que cabe regular e avaliar a qualidade.

E há muitos cursos de EaD cuja qualidade é muito melhor do que muitos cursos presenciais. A questão é que seja qual for a modalidade precisamos é de ensino de qualidade para todos e o aluno, ou profissional, deve ter a liberdade de escolher a modalidade que quiser.

É preciso sim que o ensino mude, se adapte a uma nova realidade e se torne flexível. Não há espaço mais para o ensino ter uma ótica só e ficar indiferente ao que acontece na sociedade. Não precisamos de mais regras e sim de criar formas do ensino ter a qualidade que deve ter e o ensino à distância é um meio indispensável para a melhoria do ensino brasileiro.

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Correio de Notícia não tem responsabilidade legal pela “OPINIÃO”, que é exclusiva do autor.

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