Em Ouro Preto empresário que ateou fogo em ônibus no protesto de 8 de janeiro tenta mascarar vendas e leva tombo de R$ 400 mil. Em Ariquemes empresário que alugou 19 ônibus está preso, mas o filho é investigado por direcionar pacientes da rede pública para o hospital particular da família. Patriotas mesmo ou oportunistas?
Muita gente comum, que não concorda com o resultado das últimas eleições e detesta Lula, não está percebendo a real motivação de determinados políticos para participar do protesto realizado no último domingo (25), em São Paulo. Como um serviço de utilidade pública o blog Entrelinhas decidiu mostrar o que poderia ser o motivo.
Dois senadores de Rondônia participaram da manifestação na avenida Paulista. O mais cara-de-pau deles chega a minimizar o vandalismo ocorrido no dia 8 de janeiro de 2023. A motivação parece ser evidente. Eles são investigados pela Polícia Federal por incitar e patrocinar a quebradeira que aconteceu dentro do Estado e também em Brasília.
Eles alugaram ônibus para levar gente de Rondônia a Brasília, de acordo com as investigações da PF. Um deles, o bem rico, tirou dinheiro do próprio bolso para financiar o aluguel. O outro deu um jeito de conseguir patrocinadores para bancar a sua parte.
Muita gente ordeira acreditou nesses políticos, achando que era patriotismo que os movia, mas aparentemente não era bem assim. O interesse seria puramente econômico. Quando aconteceram as prisões eles saíram de cena, deixando os presos na mão. E entre os presos estava gente que aparentemente não tinha noção doque estava acontecendo. Patriotas que foram usados. Inocentes úteis.
E ainda houve publicações falando sobre a prisão do comunicador William Ferreira, mais conhecido como o Homem do Tempo, citando que ele foi preso sem motivo algum. Na verdade, ele foi preso porque estava na invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF), chegando a fazer uma live, uma transmissão ao vivo através de próprio celular. Filmou a cena do crime e apareceu dentro da cena. Por isso ele foi preso.
Alexandre de Moraes é o ministro mais odiado pelos defensores de Bolsonaro, e muita gente afirma que ele trata o caso da invasão ao Supremo com ódio. Mas já pararam para pensar no que teriam feito com ele se por acaso ele estivesse no prédio do STF na hora da invasão, e se os organizadores do movimento o encontrassem? Matavam ou não?
Teve um ex-presidente da Assembleia Legislativa que levava carne a cada dois dias para manifestantes acampados próximos ao 5º BEC, em Porto Velho. Ele desmatou uma grande área de sua fazenda, muito mais do que o permitido, e agora teme a fiscalização. Aparentemente achava que, com Bolsonaro no poder, órgãos fiscalizadores faria vista grossa. Patriotismo, é?
Outro ex-presidente da Assembleia apontado como patrocinador das manifestações, apontado como financiador do aluguel de ônibus, é do interior e agora tem outra ocupação. É garoto propaganda de uma concessionaria de vículos. Também teria desmatado mais do que o permitido em sua gigantesca fazenda. Patriota, é?
O senador rico é acusado de ter uma área proveniente de invasão a terras indígenas. Muito atuante na questão do marco temporal, aparentemente tem medo de perder parte da propriedade, que vale milhões. Com Bolsonaro no poder, se sentia tranquilo. Patriota?
E teve gente se ferrando mais cedo. Em Ouro Preto do Oeste um empresário entregou a pistola a um funcionário, entraram em um ônibus, amedrontaram passageiros e atearam fogo no veículo. Ele está sendo processado por 35 passageiros. Com medo de perder patrimônio com indenização, passou a empresa para o nome dos filhos e começou a fazer negócios paralelos.
O empresário repassou leite durante 12 dias para um laticínio de Rondonimas, distrito localizado a 50 quilômetros de Ouro Preto. O laticínio fechou, deixando 70 funcionários desempregados e sem receber. Também não pagou R$ 400 mil devidos ao empresário incendiário.
Convenhamos: se o empresário tivesse pago logo a indenização aos 35 passageiros, estaria em uma situação bem melhor. Sua empresa agora está praticamente fechada.
Em Ariquemes teve um outro empresário forte que foi preso, por ter alugado 19 ônibus para manifestantes irem a Brasília para o protesto de 8 de janeiro de 2023. Olhem como é a família: O filho, médico, está sendo investigado pelo Ministério Público. De acordo com o teor da investigação, ele estaria direcionando pacientes da rede pública para o hospital particular da família.
Como está se vendo, gente desavisada participou da manifestação e ficou na prisão. Mas os organizadores têm razões financeiras para bancar o protesto. Isso é o que muitos não estão vendo, e ainda por cima estão acreditando que determinados políticos são gente boa.