Partido Verde e aliados do Partido Democrático Liberal (FDP, na sigla em alemão) pressionam o chanceler alemão para entregar mísseis Taurus à Ucrânia. Oposição apresentou uma moção para ser votada amanhã (14) sobre a questão.
De acordo com a Bloomberg, os principais parceiros da coligação do chanceler alemão Olaf Scholz estão pressionando o líder político a abandonar a sua oposição sobre o fornecimento de mísseis de cruzeiro Taurus de longo alcance à Ucrânia.
O chanceler tem justificado sua resistência argumentando que o pessoal alemão teria de estar estacionado na Ucrânia para ajudar a operar o sistema de alvos, o que potencialmente tornaria a Alemanha uma participante direta no conflito. Para além disso, há a preocupação de que o Taurus possa ser utilizado contra alvos dentro da Rússia, incluindo Moscou, e a ação de hostilidade cruzaria uma linha vermelha estabelecida pela Rússia ante o conflito.
O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, líder dos Democratas Livres, já se manifestou contrariamente à postura de Scholz, considerando que ele deveria mudar de ideia. Para o ministro, o armamento poderia ser ajustado para limitar seu alcance para que os mísseis não fossem usados contra o território russo.
Robert Habeck, dos Verdes, ministro da Economia e Proteção Climática e vice-chanceler, também simpatiza com os legisladores que apoiam o envio do Taurus e está irritado com a decisão unilateral de Scholz, de acordo com fontes sob anonimato ouvidas pela apuração.
A pressão sobre o chanceler tem sido crescente ao longo do último ano. Em contrapartida, Scholz costuma destacar que a Alemanha tem sido um dos apoiadores mais generosos do governo em Kiev, prometendo assistência militar no valor de cerca de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 149,5 bilhões), dando a entender inclusive que o envio dos mísseis seria mais prejudicial que benéfico diante da atual conjuntura do conflito.
Os principais conservadores da oposição da Alemanha procuraram capitalizar a crise política e vão apresentar uma moção ao parlamento na quinta-feira, intitulada “Continuidade consistente do apoio à Ucrânia — aprovação da entrega de mísseis de cruzeiro Taurus”.
Embora pareça improvável que os legisladores da coligação rompam as fileiras na votação citada no Bundestag (parlamento), o debate deve garantir que a questão permaneça no centro das atenções em Berlim.