Nesta terça-feira (26) estreou nas bolsas americanas os papeis da Trump Media & Technology Group, utilizando o símbolo “DJT”, as iniciais do ex-presidente.
A empresa é a controladora da rede social Truth Social, criada por Trump após seus perfis nas principais redes sociais terem sido censurados, sob o argumento que o conteúdo do ex-presidente representaria uma “ameaça contra a democracia”, na esteira da invasão do Capitólio e dos questionamentos de Trump sobre o resultado das eleições, no início de 2021.
O ex-presidente resolveu então abrir a sua própria rede social, que já atraiu mais de 40 milhões de usuários. Para criar a empresa, Trump utilizou uma SPAC, que basicamente é uma estrutura que agiliza o processo de abertura de capital.
Como parte do processo de perseguição contra Trump, a SEC resolveu encrencar e segurou a finalização da operação por 29 meses, liberada apenas na semana passada.
As ações estão sendo negociadas por volta de US$ 70, uma alta de 35% em relação ao fechamento de ontem, com um valuation de US$ 8 bilhões. Trump mantém 69% das ações, que valem, ao preço de hoje, US$ 5,5 bilhões. Com isso, Trump entrou pela primeira vez na lista das 500 pessoas mais ricas do planeta.
Apesar de ter milhões de usuários, a empresa ainda está longe de ser lucrativa. Nos últimos 12 anos, a receita estimada foi de apenas US$ 5 milhões. O grande desafio é encontrar um modelo de negócio sustentável, através da monetização dos usuários, o que é mais difícil dado o boicote dos grandes anunciantes.
Por outro lado, a campanha eleitoral deve trazer um grande número de apoiadores para a rede, além de compradores para as ações.
A expectativa é de grande volatilidade para o preço das ações nos próximos meses, e é possível que haja alguma correção. Mesmo assim, não deixa de ser irônico que a tentativa de calar Trump tenha resultado no mais lucrativo negócio que o bilionário fez na sua vida.
Qualquer que seja a sua opinião sobre ele, é inegável a resiliência dele. Atacado dia e noite pela imprensa inteira, e nos últimos anos alvo de uma brutal perseguição judicial, Trump é favorito para voltar à Casa Branca, agora, ainda mais rico.
Por Leandro Ruschel