Delegado da PF diz a Máximo que o filho dela pegou covid, a própria mulher que intermediou a venda disse que o teste não presta (veja o vídeo)

Fernando Máximo disse que não havia kits mais baratos disponíveis, mas o delegado lembrou que a prefeitura de Porto Velho comprou o material por um preço mais em conta

Situações como essa apontam o nível de má-fé e os perigos e a seriedade que essas pessoas enfrentaram a pandemia. Todos sabem que para diagnosticar a COVID É fundamental que os testes sejam confiáveis e precisos para ajudar no diagnóstico e na prevenção da propagação do vírus.

Casos como esse, é fundamental que as autoridades investiguem a fundo para garantir o esclarecimento do suposto esquema. Além disso, é fundamental que as pessoas tenham acesso a informações precisas sobre os acontecimentos. Porém, o deputado federal Fernando Máximo alegou que a prefeitura de Porto Velho comprou 10 mil kits, mas não recebeu nenhum. O delegado respondeu que os kits chegaram e foram pagos, existindo a nota fiscal disso

Trecho de um vídeo do depoimento do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO) à Polícia Federal mostra a razão de a investigação ter apontado para um superfaturamento de aproximadamente 40% na compra de 100 mil kits de teste rápido de COVID por R$ 100,00 a unidade, totalizando R$ 10 milhões, no auge da pandemia. O preço inicial era de R$ 105,00.

Planilhas apreendidas pela PF na empresa Buyer mostram que a unidade era vendida por 12 dólares à época, totalizando R$ 68,00. A eficácia dos testes rápidos também foi questionada pelo delegado, e admitida por Fernando Máximo. As negociações para a compra dos kits foram conduzidas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e Fernando era o secretário.

Veja o vídeo ou leia a transcrição abaixo:

Deputado federal Fernando Máximo depõe na Polícia Federal, em Porto Velho

Quando nós fomos fazer a busca e apreensão na casa dos empresários da Buyer, nós achamos vários artigos de mídia e havia lá a cotação dos testes. No dia que a Sesau comprou aqueles testes, o valor deles por dólar estava mais ou menos 12 dólares. Convertendo ao câmbio do dia, a gente chegou no valor de 68 reais – contou o delegado da Polícia Federal.

A compra lá na China – diz Fernando Máximo.

O valor dos testes, com o frete e com tudo. E não incidiu nenhum tipo de tributo, porque a Receita falou que conseguiu isenção. A Receita da BOL também falou para nós que não incidiu nenhum tipo de imposto. Então aquele valor era o valor limpo, com frete e com tudo – prosseguiu o delegado.

E com 68 reais? – perguntou o deputado.

É – confirmou o delegado.

Era o valor que a Buyer comprou o teste – cita Fernando.

Não, o valor que a Buyer estava vendendo os testes. Havia uma cotação lá no computador de 68 reais. Doze dólares, convertendo no câmbio do dia, dia 3 de abril, 68 reais – afirmou o delegado.

Ela vendia o teste por 68, não comprava da China a 68? – indagou o deputado.

Ela vendia por R$ 68,00. A cotação não era da China, era da Buyer. Incluindo o valor da compra, o valor do frete e o valor do fornecedor, do lucro dele. Então só aí a gente já tem um superfaturamento, que é pegando com o 105 (reais, que a Sesau concordou inicialmente em pagar), um superfaturamento de 40%. Ainda que pegue esse valor de R$ 84,00, ainda tem um superfaturamento de 18%, 20% – demonstrou o delegado.

Mas tinha desse valor no mercado de R$ 68,00? – perguntou Fernando.

Tinha. Para pegar até um exemplo, o próprio município de Porto Velho, que visivelmente o município é um ente com menos recursos que o governo do estado, a prefeitura de Porto Velho comprou um teste com o registro da Anvisa, inclusive a empresa havia participado do chamamento público que a Sesau não fez a contratação, que rechaçou aquela compra, vendeu um teste com o registro da Anvisa pelo valor de R$ 78,00. Ainda assim, mais barato que o da Buyer – explicou o delegado da PF.

Entregou algum? – indagou o deputado.

Todos – respondeu o delegado.

Nenhum – disse Fernando.

Todos foram entregues – garantiu o delegado.

Pelo que eu saiba, nenhum foi entregue – citou Fernando Máximo.

Nós temos aqui as informações que todos foram entregues – assegurou o delegado.

A prefeitura não conseguiu comprar os testes. Comprou e não foi entregue – disse Fernando.

Inclusive foi pago – informou o delegado.

Não foi pago – disse o deputado.

Acredito que o senhor pode estar confundido com alguma outra cotação, mas a empresa PNH, ela foi a empresa contratada para fornecer 10 mil testes (para a prefeitura). Inclusive, só fazendo um rápido parênteses, lá no Ministério Público, o dono da PNH falou que lá a proposta dele era ação de venda de 98 reais para os dois mil (testes). Se fosse feita a contraproposta da Sesau de 100 mil (testes), ele baixaria o valor. Quanto mais você pede, maior o desconto que você tem que dar – detalhou o delegado.

Nessa mesma época aí, a prefeitura de Porto Velho estava pedindo testes para a gente porque comprou esses de 78 reais e não foi entregue uma unidade sequer – disse Fernando.

Eu acredito que o senhor está confundindo, porque está inclusive documentado. Se o senhor depois quiser ter acesso aos autos, lá no Ministério Público tem a ação civil, o inquérito civil – informou o delegado.

A data é mais ou menos parecida? – perguntou Fernando Máximo.

É, foi no auge da pandemia, entre abril e março de 2020 – detalhou o delegado.

Deu notícias, deu até uns memes nas redes sociais e tudo, o doutor Hildon, prefeitura comprou… – disse o advogado do deputado federal Fernando Máximo.

E o doutor até citou… E o doutor até citou que o município de Porto Velho pediu os testes… vários municípios rejeitaram receber aqueles testes da Buyer. Por exemplo, a prefeitura de Ouro Preto do Oeste recusou a receber aqueles testes porque várias pessoas estavam reclamando da eficácia dele. Tem uma conversa telefônica da Maíres, que o filho da Maíres, pegou covid e a Maíres estava falando “não, esses testes não prestam”… citou o delegado.

Mas o teste não tem eficácia cem por cento, não, mas era o único teste… Era o único que existia. Vai usar um teste de anticorpo, de um modo geral não presta… – diz Fernando Máximo.

Maíres, de acordo com as investigações da Polícia Federal, seria a pessoa que intermediou a venda dos kits de teste rápido à Sesau. Mensagens pelo aplicativo WhatsApp foram encontradas pela Polícia Federal, com a apreensão dos telefones dos supostos envolvidos. No caso, quando o filho precisou de atendimento, a própria pessoa que intermediou a venda dos kits teria dito que eles não prestavam.

A nota fiscal apresentada pela prefeitura de Porto Velho mostra que o município pagou R$ 790 mil por 10 mil kits, e que no caso a unidade ficou em R$ 79,00. Além disso, o material chegou antes dos kits adquiridos pela Sesau comandada por Fernando Máximo, e o pagamento só foi feito após a entrega.

MÁXIMO

A nota, que consta no inquérito, mostra que a prefeitura pagou mais barato pelos kits

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Jotta Martins
Jotta Martins
3 meses atrás

DEPUTADO FEDERAL FERNANDO MÁXIMO É AS CONSEQUENCIAS NA CONVID

Por Jotta Martins explica e Descomplica (17.abril.2024) ás 11h20 jmartins360pvh@gmail.com

O deputado estar vivendo momentos de turbulência na vida pública, conforme relata o texto, o parlamentar passou a ser investigado pela polícia federal.

O congressista: É as suas supostas situações onde ele como investigado era
a época conhecedor das licitações por ser titular da pasta.

Os próximos capítulo deve ser divulgado onde outros personagens será ouvidos para poder dar continuidade os trabalhos de investigações da polícia federal.

Os investigadores vem usando várias linhas de informações para poder chegar aos verdadeiros culpados espera-se, que sejam tudo esclarecido em breve até porque tudo pode acontecer inclusive nada.

Jotta Martins “Quem não deve não treme “.

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