Delegado da PF pergunta se Fernando Máximo ameaçou servidora que se recusou a receber kits de teste rápido. Ele diz que não lembra (veja o vídio)

Servidora disse que foi ameaçada por Fernando de responder a um Processo Administrativo Disciplinar, por se recusar a receber o material. Os kits estavam com superfaturamento de 40%

A investigação de supostas ameaças é parte importante do trabalho da Polícia Federal, e é essencial que todas as informações relevantes sejam coletadas e totalmente esclarecida. Esquecer de alguma coisa é compreensível do ser humano, porém, não se lembrar de algo tão relevante, seria um problema serio de memória, especialmente se tratando de um médico.

O delegado perguntou se duas enfermeiras de setores avulsos nomeadas para receber os kits tinham experiência nesse tipo de recebimento. Fernando diz que não lembra. Foi perguntado se elas receberam alguma explicação sobre o processo. Fernando diz que não lembra

Em um trecho do depoimento do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO) à Polícia Federal o delegado pergunta se ele ameaçou a diretora do Laboratório Central (Lacen), que se recusou a receber os 100 mil kits de teste rápido de COVID, comprados quando Fernando era secretário da Saúde. Primeiro o deputado nega, mas depois diz que não lembra.

A servidora foi ouvida pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, e disse que Fernando Máximo ameaçou instalar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra ela. Isso porque a servidora se recusou a receber o material.

A Polícia Federal apurou que os procedimentos para a compra dos kits foram adotados em aproximadamente duas horas, em um sábado. Foram comprados 100 mil kits de teste rápido, no início da pandemia, por R$ 105,00 a unidade, com valor que ultrapassou os R$ 10 milhões.

Em outros trechos de depoimentos é citado que havia controvérsia entre as especificações do teste em chinês e na tradução para o inglês.

Como a diretora do Lacen por alguma razão se recusou a receber os kits, foram nomeadas duas enfermeiras para receber o material. Elas eram de setores que nada tinha a ver com recebimento de materiais licitados, não teriam experiência nisso e nem teriam sido informadas sobre detalhes do processo.

Veja o vídeo ou acompanhe a degravação abaixo:

Quando em sua oitiva perante o Ministério Público, perante a Polícia Federal, a senhora Cicileia, que é diretora do Lacem, ela afirmou que o senhor e a sua… não me lembro agora o cargo dela, mas a senhora Amanda del Castilho… – diz o delegado da Polícia Federal.

A Amanda nesse momento era diretora-executiva – cita Fernando Máximo.

Teriam ameaçado… ameaçado de instalar um PAD contra ela e contra outros servidores que manifestassem recusa em proceder o recebimento dos testes. O senhor ameaçou a Cicileia de instalar o PAD? – perguntou o delegado.

Bom… não ameacei, não me lembro de ter ameaçado, mas assim… você imagina, o teste tá aí, precisa receber em algum lugar… nenhum lugar tá querendo receber porque tá com medo… eu vou assinar o recebimento e meu nome vai pra Polícia Federal… como é que faz? Eu não me lembro de ter ameaçado, mas… tinha que receber em algum lugar. Agora, quem recebeu… nem lembro… tem aí nos autos quem recebeu? – diz Fernando.

Na verdade vai ser até o próximo tópico da minha pergunta, mas não foi no setor específico que recebeu. Foram servidores de setores avulsos… – explica o delegado.

Possivelmente teve que montar uma comissão, e já que ninguém queria receber… teve que montar uma comissão pra poder receber esses testes – cita o deputado federal.

Depois disso, no vídeo, é mostrado um outro trecho do depoimento do deputado federal:

Era em razão da recusa que foram nomeadas essas duas enfermeiras de setores alheios a… – prossegue o delegado da PF.

Não me lembro dos fatos da época, mas acredito que sim. Se não estavam querendo receber tinha que nomear alguém pra receber – alega Fernando Máximo.

O senhor sabia se a Isabel ou a Lívia tinha já experiência prévia com recebimento de produtos licitatórios? – indaga o delegado.

A Lívia eu não sei quem é. Eu não me recordo de quem é a Lívia. A Isabel era chefe de um setor importante no estado. Não lembro se ela tinha experiência. São enfermeiras, aliás, a Isabel eu sei que é. A Lívia também, né? pergunta Fernando.

É. As duas são enfermeiras – diz o delegado.

A Isabel é enfermeira… saber se ela tinha experiência em recebimento de produtos… em checar… checklist… cita o deputado federal.

É. Recebimento de compras de licitação, de contratação direta – prossegue o delegado.

Eu não sei não. Se tinha experiência… até não sei que tipo de experiência tem que ter para receber um produto. É uma caixa com 100 testes… – diz Fernando Máximo.

O senhor se recorda se foi explicado para elas alguma coisa do processo, algum detalhe? – pergunta o delegado.

Não me lembro – afirma o deputado federal.

Fernando Máximo disse que não se lembrava de diversos fatos que teriam ocorrido

Em outro trecho do depoimento de Fernando Máximo, mostrado em material anteriormente postado pelo Entrelinhas, o delegado disse existir um diálogo entre a senhora Maíres, que intermediou a venda dos testes, com um possível sócio oculto da empresa Buyer, onde ela cita expressamente o pagamento de propina de 10% do valor do contrato.

Fernando Máximo disse que não tinha conhecimento do superfaturamento do contrato, mas agora tinha interesse em saber, para “colocar esse bandido na cadeia”.

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