Delegado da PF pergunta a Máximo se, quando ele era secretário, pediu alguma apuração no superfaturamento dos kits de teste rápido.

Ele diz que não lembra! Nesse trecho, o delegado conta algumas coisas, aparentemente para ajudar o deputado federal a se lembrar.

A falta de conhecimento sobre tal investigação por parte do ex-secretário Fernando Máximo pode levantar preocupações sobre a eficácia da gestão e supervisão dos recursos públicos naquela época. Principalmente o grau elevado de amnésia, considerando especialmente a responsabilidade de um secretário em possíveis irregularidades, como superfaturamento.

O delegado pergunta se Fernando pediu a instalação de um PAD. ‘Baseado no que esse PAD contra eles?’, pergunta o deputado. ‘Pagamento de propina, falsidade ideológica, organização criminosa, lavagem de dinheiro’, diz o delegado. ‘Meu Deus do céu’, responde Máximo

No vídeo mostrado abaixo o delegado da Polícia Federal explica com calma e segurança alguns pontos da investigação, aparentemente na esperança de que o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO) se lembrasse de alguma coisa que pudesse ajudar na apuração da compra de 100 mil kits de teste rápido de COVID, no início da pandemia, por R$ 105,00 a unidade, com valor que ultrapassou os R$ 10 milhões.

A Polícia Federal apurou que a empresa Buyer, a mesma que cobrou R$ 105,00 por unidade, vendia o produto por R$ 68,00. Com base nessa informação, a PF apurou que houve superfaturamento de 40%. Também foi apurado que 10% do valor seria pago em propina. Isso na época em que Fernando Máximo era secretário de Estado da Saúde e aparecia diariamente na televisão dizendo como estava combatendo a pandemia.

No vídeo anterior, o delegado tinha perguntado a Máximo por que ele ameaçou instalar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra a diretora do Laboratório Central (Lacen), que se recusou a receber os kits. Primeiro ele negou a ameaça, e depois disse que não se lembrava.

Nesse vídeo o delegado também fala no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), um sistema de produção e gestão de documentos e processos eletrônicos, adotado pelo governo do estado.

Veja o vídeo ou leia a degravação:

O senhor, na condição de chefe tanto do Amaral como do Nélio, o senhor não poderia instalar um PAD contra eles? – pergunta o delegado.

Eu instalar o PAD? – cita Fernando Máximo.

huhum – faz o delegado.

Quem instala o PAD é a Corregedoria, né? – diz Fernando.

Certo. Mas o senhor, como chefe, poderia abrir um SEI… comunicar… porque, segundo a Cicileia, o senhor até ameaçou ela de instalar um PAD contra ela – prossegue o delegado.

Bom… eu não ameacei, mas assim… quem instala o PAD não é a gente, você pede pra Corregedoria instalar o PAD – afirma o deputado federal.

O senhor pediu para a Corregedoria instalar o PAD? – inquire o delegado.

Não me lembro – alega Fernando Máximo.

Não se recorda? – pergunta o delegado.

Não… É baseado em que esse PAD contra eles? – quis saber Fernando.

Nos mesmos fatos que embasam esse inquérito. Várias irregularidades na compra desses testes. Inclusive a gente tem indícios até de pagamento de propina – informa o delegado.

Meu Deus do céu – diz o deputado federal.

Falsidade ideológica, organização criminosa, lavagem de dinheiro… – continua o delegado.

Isso é uma surpresa muito grande pra mim, porque eu achava que na nossa secretaria, dentre as pessoas que eram chefes ali, não tinha esse tipo de coisa – alega Fernando Máximo.

Quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Polígrafo, em junho de 2020, dois anos atrás quando o senhor ainda era secretário, a Secretaria Estadual de Saúde tomou alguma providência, considerando aquela operação policial? – perguntou o delegado.

Eu acho… vou tentar lembrar aqui… busca e apreensão na casa de algumas pessoas… – cita Fernando.

Do Amaral, do Nélio, do Paulo… – diz o delegado, aparentemente tentando ajudar o deputado federal Fernando Máximo a se lembrar dos fatos.

Sim – diz Fernando.

Agora, na segunda fase, teve na casa do Norman, teve na casa de vários empresários da Buyer, na casa da Maíres… Naquela época o senhor era secretário da Saúde, e certamente foi amplamente… inclusive na própria SESAU foi cumprido busca lá – continua o delegado.

Sim – cita Fernando.

Foi feita uma busca na SESAU. Considerando que a própria SESAU sabia que havia apuração de irregularidades, o senhor, como chefe dos dois, tomou alguma providência? Exonerou, afastou do cargo, mandou um ofício para a PGE para apurar, conforme a lei? – pergunta o delegado.

Nenhum dos dois foi afastado… nenhum dos dois foi afastado na época. E… se foi pedida alguma apuração da Corregedoria, também eu não me lembro. Afastados eles não foram, com certeza que não foram… nenhum dos dois foi afastado. Realmente não foi, não. Afastado, não. E se foi pedido pra Corregedoria apurar alguma coisa, eu não me lembro – diz Fernando.

Huhum – faz o delegado.

Não tenho essa certeza – alega o deputado federal.

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