O ex-policial militar Ronnie Lessa revelou em sua delação à Polícia Federal que os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) cogitaram ordenar a morte do então deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ). Segundo Lessa, a ideia foi abandonada devido à dificuldade de realizar um ataque ao político.
“Em determinado momento, já em 2017, se eu não me engano, ele veio com um assunto relacionado ao Marcelo Freixo. […] No meio de 20 seguranças, eu acho que não vou ali provocar uma pessoa qualquer, a gente está provocando o Marcelo Freixo. Fui tirando isso da cabeça dele. Aí ele aceitou, não cobrou mais”, relatou Lessa. Trechos da delação foram exibidos no domingo (26 de maio de 2024) pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Não fica claro a quem Lessa se referia. O ex-policial afirma ter sido contratado pelo deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro), para assassinar Marielle. Ambos estão presos.
Segundo o Fantástico, a Polícia Federal comprovou que Lessa fez pesquisas na internet sobre políticos do Psol na época, incluindo Freixo.
Ao tomar conhecimento dos trechos da delação, Freixo descreveu Lessa como um “psicopata” e o acusou de ter matado mais pessoas além de Marielle. Atualmente, o ex-deputado é presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo)
“O Lessa é um psicopata. É uma pessoa que não tem qualquer respeito à vida. Respeito por ninguém. É um verdadeiro psicopata. Mas quantas pessoas ele matou antes da Marielle? Foram centenas. Todo mundo sabe disso no Rio de Janeiro”, declarou Freixo.
Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados na noite de 14 de março de 2018. A vereadora havia saído de um encontro no instituto Casa das Pretas, no centro do Rio. O carro em que Marielle estava foi seguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a zona norte.
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