O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira, (13/9) da inauguração do Complexo de Energias Boaventura, o antigo Comperj, da Petrobras, após 16 anos do início das obras. O polo está localizado em Itaboraí, no Rio de Janeiro, e teve a construção paralisada em meio às investigações da Lava Jato, que denunciou desvios bilionários na obra.
Durante a cerimônia, o chefe do Executivo falou em reparação e criticou a operação, que prendeu diretores da estatal e membros do alto escalão dos governos petistas.
“Esse ato de hoje é, na verdade, uma reparação ao que muita gente honesta, trabalhadora, sofreu dentro da Petrobras com as denúncias da Lava Jato”, afirmou o presidente. Lula classificou a investigação como uma tentativa de “desmoralizar a Petrobras”.
“Eu sempre digo que se você quiser prender um corrupto, você prenda. Se quiser dizer que uma empresa roubou, quem roubou não foram os trabalhadores, foi algum corrupto ou corruptor. Então, você pega ele e pune, mas deixa a empresa produzir, gerar emprego, gerar salário, gerar renda. Mas a tentativa não era prender corrupto, a tentativa era desmoralizar a Petrobras aos olhos da sociedade brasileira para depois falar: ‘vamos vender’”, discursou o petista.
Lula também criticou a privatização da empresas públicas, a exemplo da Vale e da Eletrobras. “Eu fico me perguntando, cadê a bondade dessa empresa privatizada? O que ela trouxe de verdade, de lucro, para o país? O que a Vale tem produzido de novo? Nada”, avaliou o presidente.
Obras paralisadas
O antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) foi anunciado em 2006 e deveria ter sido concluído em 2012, mas teve as obras interrompidas por suspeita de corrupção, em meio às investigações da Operação Lava Jato.
Em discurso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou a interrupção das obras como “covarde e irresponsável”.
“Se nós não tivéssemos tido a paralisação desses investimentos, teríamos de 2018 para cá, produzido e arrecadado mais R$ 7 bilhões só no diesel dessa refinaria”, avaliou o ministro.
Agora, o complexo da Petrobras foi rebatizado e está apto para iniciar as operações de processamento de gás natural. O polo compõe o Projeto Integrado Rota 3, que receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos por meio do gasoduto Rota 3, que também teve a operação iniciada.