Nada pode ser mais revelador do que uma acareação entre as partes, após uma delação. Também parece ser algo justo esse confronto entre as partes.
Porém, estranhamente, a Justiça do Rio de Janeiro acaba de negar o pedido de acareação feito pelo ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa.
“Suel”, como é conhecido, é acusado de ter participado do planejamento e da ocultação de provas dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O ex-militar foi delatado pelo ex-PM Élcio Queiróz e preso pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio. Atualmente, está no presídio federal de Brasília, desde julho do ano passado.
A defesa de Suel aponta contradições na delação premiada do ex-PM e quer uma acareação entre os dois para confrontar o réu confesso pelo duplo assassinato. Esse já é o segundo pedido negado.
Em dezembro do ano passado, em audiência de instrução, Maxwell Corrêa descredibilizou o relato de Élcio, citando, inclusive, que Élcio de Queiroz seria “um bêbado”.
“É um despropósito tamanho, na delação ele se confunde várias vezes, disse que estava bêbado. No começo da delação ele fala que estava bêbado. Acho incoerência um cara bêbado depor e delatar prejudicando a vida de outro, porque eu queria ver algum médico bêbado operar uma pessoa, se alguém autorizaria. Ele não prova e não vai provar nunca, por isso não quer aparecer”.