A demissão do comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia Valery Zaluzhny marca uma nova etapa em que o líder ucraniano Vladimir Zelensky corre o risco de cometer um erro, escreve a The Economist.
A revista aponta que a demissão ocorreu em parte por causa da popularidade de Zaluzhny no Exército ucraniano e em geral entre os cidadãos do país.
“Mas a demissão do general chama a atenção por outra razão mais importante. Ela marca uma nova e importante etapa na guerra, na qual Zelensky corre o risco de cometer um erro“, relata o artigo.
Observa-se, que o prestígio de Zaluzhny como comandante em chefe já foi fatalmente minado por rumores de sua renúncia, mas quanto mais tempo Zelensky parecia fraco demais para demiti-lo, mais isso afetava sua autoridade.
A revista destaca que um dos riscos para Zelensky é a insatisfação do Exército da Ucrânia por causa da demissão do seu comandante popular. O general Aleksandr Syrsky, que foi nomeado para o lugar de Zaluzhny, tem a reputação de “estar pronto para entrar em combate, mesmo que o preço em pessoas e equipamentos seja alto”, diz a publicação.
“Esta é uma figura controversa que provoca uma reação agitada entre os oficiais da ativa. Alguns elogiam seu profissionalismo, enquanto outros dizem que ele aterroriza seus subordinados e comanda através do medo. Não acho que ele vá questionar as prioridades do seu presidente [Zelensky]. Quando ele assumir esse alto cargo, terá que suavizar seu estilo de comando e aprender a dizer a verdade às autoridades”, detalha a revista.
Também se observa que a demissão de Zaluzhny pode ter consequências políticas: embora os que conhecem o general não o enxerguem como um político nato, um ou outro oligarca na Ucrânia pode vê-lo como um meio para cumprir suas ambições.
Em 8 de fevereiro, Zelensky anunciou a nomeação de Syrsky como comandante em chefe para substituir Zaluzhny. Anteriormente, Syrsky era comandante das tropas terrestres do Exército ucraniano.
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